A comunidade indígena Borari de Alter do Chão mobilizou uma manifestação nesta segunda-feira (11), bloqueando a rodovia PA-370 para protestar contra a exploração de uma área sagrada na região e em defesa da preservação ambiental e cultural local.
O bloqueio, realizado em frente à Escola da Floresta, na comunidade Caranazal, reuniu cerca de 60 participantes, incluindo membros da comunidade e apoiadores de organizações locais, para reivindicar a proteção do território ancestral e denunciar o avanço de empreendimentos privados.
A comunidade indígena Borari de Alter do Chão mobilizou uma manifestação nesta segunda-feira (11), bloqueando a rodovia PA-370 para protestar contra a exploração de uma área sagrada na região e em defesa da preservação ambiental e cultural local. pic.twitter.com/8ql1Sf1Bjb
— Portal Estado do Pará Online (@Estadopaonline) November 11, 2024
A comunidade acionou autoridades, como a Prefeitura de Santarém, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Ministério Público Federal (MPF), buscando apoio contra uma suposta escritura de cessão de direitos possessórios sobre cerca de 32 hectares por área, firmada por advogados e empresários locais.
A área, localizada nas proximidades do Lago Verde, era antes gerida pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS). A recente instalação de cercas e a derrubada de árvores ampliaram a preocupação da comunidade sobre os impactos ambientais e sociais da expansão privada.
Conforme destacou o advogado Dr. Leonardo Borari, representante dos manifestantes, a ocupação desse território viola a Constituição Federal, que protege terras indígenas contra transações de venda e cessão. Ele apontou que qualquer ato de venda é nulo de acordo com o art. 231, §6º, da Constituição. “A destruição da vegetação nativa e o impacto na biodiversidade ameaçam diretamente um dos principais berçários de espécies nativas do país”, ressaltou.
Além do bloqueio, os manifestantes montaram um acampamento no local, decorado com faixas e mensagens de protesto. A comunidade enfatiza o caráter pacífico do ato, centrado na luta pela proteção ambiental e pelos direitos territoriais indígenas. Até o momento, as autoridades locais não se manifestaram formalmente.
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