No último sábado (17) professores vinculados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) realizaram um protesto em frente ao Hangar Centro de Convenções, onde ocorria a 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. O ato, que ganhou destaque pela manifestação de descontentamento dos educadores, foi marcado por um “apitaço” e cartazes que criticavam as recentes medidas do governo estadual e da Secretaria de Educação (Seduc).
No último sábado (17) professores vinculados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) realizaram um protesto em frente ao Hangar Centro de Convenções, onde ocorria a 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. pic.twitter.com/iLcrbFeLgC
— Portal Estado do Pará Online (@Estadopaonline) August 20, 2024
Os educadores acusam o governo do Estado de adotar medidas prejudiciais à categoria e que, segundo eles, comprometem a qualidade do ensino. Entre as principais queixas, está a retirada das aulas suplementares, consideradas pelos professores não como horas extras, mas como uma extensão da jornada de trabalho dos professores aposentados e readaptados que ainda aguardam a aposentadoria. Além disso, há a denúncia de manipulação dos dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), alegando que o governo estaria promovendo uma aprovação em massa dos estudantes sem uma avaliação adequada do conhecimento.
O protesto começou com um confronto entre os manifestantes e os seguranças do Hangar, que tentaram impedir a entrada dos professores no espaço da feira. Contudo, com o uso de cartazes e gritos de ordem, o grupo conseguiu adentrar o local e realizar a manifestação durante o evento.
A crítica dos professores ocorre em um momento em que os dados do Ideb, divulgados no início de agosto, mostram uma melhoria significativa na educação do Pará. O índice, que avalia o aprendizado dos alunos em matemática e português, além da taxa de promoção e retenção dos estudantes, revelou uma evolução considerável para o Estado. O Pará, que estava na penúltima posição (26º lugar) no Ensino Médio em 2021, subiu para a 6ª posição em 2023. No período, o Ideb da rede estadual registrou um aumento de 3 para 4,3 pontos, numa escala de 0 a 10.
Os professores, no entanto, permanecem céticos quanto à sustentabilidade e veracidade desses resultados, levantando questões sobre a eficácia das políticas educacionais e a transparência na divulgação dos dados. A manifestação busca chamar a atenção para essas preocupações e pressionar o governo a revisar suas políticas em benefício da educação pública no estado.
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