Vídeo: professores estaduais protestam contra governo Helder na Feira do Livro

Os educadores acusam o governo do Estado de adotar medidas prejudiciais à categoria e que, segundo eles, comprometem a qualidade do ensino. Entre as principais queixas, está a retirada das aulas suplementares, consideradas pelos professores não como horas extras, mas como uma extensão da jornada de trabalho dos professores aposentados e readaptados que ainda aguardam a aposentadoria.

No último sábado (17) professores vinculados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) realizaram um protesto em frente ao Hangar Centro de Convenções, onde ocorria a 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. O ato, que ganhou destaque pela manifestação de descontentamento dos educadores, foi marcado por um “apitaço” e cartazes que criticavam as recentes medidas do governo estadual e da Secretaria de Educação (Seduc).

Os educadores acusam o governo do Estado de adotar medidas prejudiciais à categoria e que, segundo eles, comprometem a qualidade do ensino. Entre as principais queixas, está a retirada das aulas suplementares, consideradas pelos professores não como horas extras, mas como uma extensão da jornada de trabalho dos professores aposentados e readaptados que ainda aguardam a aposentadoria. Além disso, há a denúncia de manipulação dos dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), alegando que o governo estaria promovendo uma aprovação em massa dos estudantes sem uma avaliação adequada do conhecimento.

O protesto começou com um confronto entre os manifestantes e os seguranças do Hangar, que tentaram impedir a entrada dos professores no espaço da feira. Contudo, com o uso de cartazes e gritos de ordem, o grupo conseguiu adentrar o local e realizar a manifestação durante o evento.

A crítica dos professores ocorre em um momento em que os dados do Ideb, divulgados no início de agosto, mostram uma melhoria significativa na educação do Pará. O índice, que avalia o aprendizado dos alunos em matemática e português, além da taxa de promoção e retenção dos estudantes, revelou uma evolução considerável para o Estado. O Pará, que estava na penúltima posição (26º lugar) no Ensino Médio em 2021, subiu para a 6ª posição em 2023. No período, o Ideb da rede estadual registrou um aumento de 3 para 4,3 pontos, numa escala de 0 a 10.

Os professores, no entanto, permanecem céticos quanto à sustentabilidade e veracidade desses resultados, levantando questões sobre a eficácia das políticas educacionais e a transparência na divulgação dos dados. A manifestação busca chamar a atenção para essas preocupações e pressionar o governo a revisar suas políticas em benefício da educação pública no estado.

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