“Tem uma galera do Pará aqui, uns 30, 40, 50 pessoas, e todos estão todos apreensivos”, conta Cícero Alves, 40 anos, paraense de Novo Repartimento e residente nos Estados Unidos há três anos.
Em entrevista exclusiva ao Estado do Pará Online (EPOL) ele relata a ansiedade da comunidade diante da iminente chegada do furacão Milton, que é considerado a maior tempestade do planeta em 2024. Cícero vive em St.Lucie, na Flórida, com a esposa e seus três filhos: um de apenas 1 ano, outro de 7 e o mais velho de 14 anos.
O tamanho da tempestade
Milton é uma tempestade de categoria 5, a mais alta na escala de Saffir-Simpson, com ventos devastadores que podem chegar a impressionantes 281 km/h. Para se ter uma ideia da magnitude dessa força, ventos dessa intensidade podem causar destruição severa a estruturas residenciais e comerciais, arrancando telhados, derrubando árvores e danificando infraestruturas.
Essa tempestade (Milton) já é considerada uma das dez mais potentes da história do Atlântico, empatando com furacões como Katrina (2005) e Maria (2017).
Os moradores da Flórida estão correndo para concluir os preparativos de emergência ou simplesmente deixar suas casas enquanto o furacão avança em direção à densamente povoada Baía de Tampa, que abriga mais de 3 milhões de habitantes.
A previsão do Centro Nacional de Furacões é que Milton chegue à costa da Flórida na noite desta quarta-feira (9). As autoridades estão alertando sobre chuvas torrenciais, inundações repentinas e ventos fortes que podem provocar marés de tempestade, deslocando a água para o interior a partir da costa.
Por que “Milton”?
Os nomes dos furacões, como Milton, são escolhidos antecipadamente e têm um papel importante, facilitando a memorização e a comunicação sobre a tempestade. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), utilizar nomes curtos diminui o risco de confusões, intensifica o impacto das advertências e ajuda na preparação das comunidades. A OMM avalia sugestões de nomes feitas por órgãos regionais e pode intervir para evitar polêmicas.
Nos Estados Unidos, o Centro Nacional de Furacões utiliza seis listas de nomes para o Caribe, Golfo do México e Atlântico Norte, em ordem alfabética, pulando letras como Q e U, que têm poucos nomes disponíveis. Essas listas são recicladas a cada seis anos, mas se um furacão causa grandes danos e muitas vítimas, seu nome é retirado permanentemente. Por exemplo, o nome “Katrina” não será reutilizado.
Em 2017, os furacões começaram com “Arlene”, seguidos de “Bret”, “Cindy”, “Don” e “Irma”. Após “Jose”, vinham “Katia”, “Lee” e “Maria”. Os nomes são em inglês, espanhol e francês, refletindo os países potencialmente afetados na região.
Não é a primeira vez que a Flórida enfrenta desafios climáticos severos neste ano. O furacão Helene, que atingiu o Estado recentemente, causou estragos significativos e levou o governo a reconhecer que os esforços de limpeza podem levar anos. Em menos de dois dias, cerca de 12 mil metros cúbicos de detritos foram removidos das áreas afetadas, mas centenas de estradas ainda permanecem fechadas, dificultando a ajuda às comunidades mais impactadas.
A realidade dos paraenses
Cícero compartilha como as pessoas na sua região se preparam: “Aqui tudo tem que ser feito horas antes. Quando dão alerta, é meia hora antes, e as rodovias ficam congestionadas.”
Publicado por @estadodoparaonlineVer no Threads
Ele relata que os moradores estão protegendo suas casas, comprando suprimentos e evacuando para áreas mais seguras.
Cícero, que vive em Port Saint Lucie, entre Miami e Orlando, tem uma família que também enfrenta a ansiedade diante da situação.
diz ele, mencionando como a família está se preparando para o pior. Distante da mãe cerca de 7.508km Cícero conta que está mantendo pouco contato para não preocupar os familiares do Pará
Preparativos de abastecimento
Com a possibilidade de interrupções nos serviços essenciais, Cícero e outros moradores estão se organizando para garantir o abastecimento.
A força da natureza
A rápida intensificação do furacão Milton, impulsionada pelo calor recorde das águas do Golfo do México, tem gerado uma preocupação crescente. Meteorologistas alertam que, mesmo que a tempestade perca um pouco de força ao se aproximar da costa, seus impactos perigosos podem se espalhar por uma área muito maior.
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