Nesta quarta-feira (18), o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, usou suas redes sociais para se manifestar contra a possível extinção da Fundação Cultural do Pará (FCP) e da Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), além de criticar veementemente a atuação da Polícia Militar durante os protestos de servidores públicos na manhã desta quarta-feira (18), em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa).
Em um vídeo postado em seu perfil no Instagram, Edmilson expressou sua solidariedade aos professores e servidores públicos que participaram das manifestações contra a votação do Projeto de Lei (PL) 729/2024, que prevê a extinção de órgãos públicos essenciais para a cultura e comunicação do estado, como a FCP e a Funtelpa. O projeto foi aprovado na Alepa em regime de urgência, em uma votação que ocorreu sem amplo debate e que, segundo Edmilson, reflete uma “falta de diálogo” com a sociedade e os sindicatos.
“O que está em jogo são direitos conquistados com muito esforço e luta pelos trabalhadores, especialmente os professores, que enfrentaram duras batalhas em tempos de ditadura para garantir avanços como o estatuto do magistério e o regime jurídico único. Mas agora, em um espaço de tempo muito curto, sem qualquer debate técnico sério, sem ouvir a população e os sindicatos, um projeto que retira esses direitos foi aprovado”, afirmou o prefeito.
O ato de protesto que aconteceu na manhã de ontem foi marcado por cenas de violência policial. Professores e servidores foram atingidos com balas de borracha e spray de pimenta pela tropa de choque da Polícia Militar, e dois manifestantes chegaram a ser encaminhados para a Seccional do Comércio. Segundo relatos, ao menos um dos professores atingidos ficou ferido no rosto e precisou de atendimento médico. A confusão gerou cenas de pessoas desmaiadas e feridas, com manifestantes sendo socorridos por agentes do Corpo de Bombeiros.
Edmilson também criticou a forma como a polícia tratou os servidores durante os protestos. “A violência é injustificável. Professores com o nariz sangrando, pessoas desmaiando… A polícia cumpre ordens, mas não pode agredir fisicamente servidores públicos com balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e outras formas de violência. Isso é um ato de autoritarismo”, afirmou, se posicionando contra o uso excessivo da força contra aqueles que já enfrentam prejuízos com a perda de direitos.
O prefeito ainda fez uma crítica às propostas que surgem no âmbito municipal, como a fusão de órgãos e o fim da Escola Bosque. Segundo ele, essas medidas são tomadas sem estudos prévios e sem o devido debate com a sociedade. Ele também mencionou o aumento da contribuição para a previdência municipal de 11% para 14%, uma mudança aprovada pela Câmara de Vereadores sem consulta aos servidores.
Edmilson encerrou sua fala com um alerta: “Em quatro anos de governo, procuramos sempre dialogar com os servidores e garantir que mudanças importantes, como a reforma da previdência, não prejudicassem os trabalhadores. Infelizmente, vemos o contrário, com propostas que só pioram a situação do serviço público.”
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