PDT lança pré-candidato à Prefeitura de Ananindeua

Caio será mais um candidato apoiado pelo governador Helder Barbalho (MDB) para fazer frente ao atual prefeito Dr. Daniel Santos (MDB).

A direção estadual do PDT definiu os rumos do partido em Ananindeua. Políticos da legenda anunciaram nesta quarta-feira (6), o nome de Caio Ayres como pré-candidato para disputar as eleições para prefeito do município.

Caio é chefe de gabinete do deputado estadual Adriano Coelho (PDT) e também assume a presidência do partido em Ananindeua. Na ocasião, ficou definido que o PDT terá candidato próprio a prefeito nas eleições municipais de 2024 no município e buscar eleger até três vereadores para a bancada legislativa.

No encontro, estiveram presentes o presidente da legenda, Giovanni Queiroz; os vice-presidentes Allan Pombo, Adriano Coelho e João Ramos, além dos partidários Bruno Fernandes e Fátima Bento. Ananindeua é o segundo maior colégio eleitoral do estado do Pará. As eleições de 2024 elegerão prefeitos e vereadores em 5.568 municípios por todo o Brasil. O primeiro turno está marcado para o dia 6 de outubro.

RANCOR E RECEIO

Desde que a esposa de Daniel, a médica Alessandra Haber (MDB), foi apresentada pela primeira vez como candidata à deputada federal, saindo como a mais votada das eleições de 2022, com 258.907 votos, superando inclusive a mãe de Helder Barbalho (MDB), Elcione Barbalho (MDB), reeleita com 165.202 votos para seu 6º mandato como deputada federal. A diferença de 83.409 votos que a novata abriu sobre a mãe de Helder deixou o governador irritado e sua relação com Daniel azedou.

A partir de então, por mais que nenhum dos dois políticos assumam que estão “rachados”, o que mais se fala no estado é a estratégia executada pelos principais partidos da base do governo Helder, que vem “minando” a candidatura à reeleição de Daniel. A primeira iniciativa foi exonerar de todos os cargos do governo, ocupados por indicados do prefeito e seu aliado, o deputado estadual Érick Monteiro (Federação PSDB/Cidadania23) ex-vice-prefeito de Daniel e seu principal parceiro em Ananindeua.

Conforme já revelado aqui e aqui, Helder teme que um nome que não esteja submisso aos interesses de sua família assuma o poder, depois que ele deixar o governo em 2026. A razão é óbvia e o receio maior ainda.

USO E DESCARTE

Curiosamente, Helder precisou do atual prefeito de Ananindeua para superar o sucessor de Simão Jatene, o ex-deputado Márcio Miranda (PRD), depois de 20 anos do tucanato à frente do governo do estado. Naquela eleição, obtendo 113.588 votos, Daniel foi eleito o deputado mais jovem e também o mais votado da história do Pará.

Assim, Helder precisava de todo apoio e votos necessários para evitar sua segunda derrota consecutiva para o governo do Pará, já que havia perdido as eleições estaduais em 2014 para Simão Jatene, pediu e obteve o apoio de Daniel para agregar os votos dele e da república de Ananindeua, a qual Daniel assumiria a liderança do grupo que deu sustentação aos mandatos do ex-prefeito Manoel Pioneiro, ambos ex-filiados ao PSDB.

Eis que agora, depois de usado, Daniel está sendo descartado, seguindo o destino de quase todos os políticos que se aliaram à família Barbalho, nas décadas que controlam as mais diferentes áreas do poder no Pará.

HUMILHAÇÃO E EXPULSÃO

Se não impedir, pelo menos as pré-candidaturas apresentadas para disputar a prefeitura de Ananindeua em outubro próximo, tentarão desgastar a imagem de Daniel afim de atrapalhar que ele saia com a votação estrondosa comprovada por todas as pesquisas realizadas até aqui. Ou tornar a campanha mais cara.

Como saída, Daniel vem sendo aconselhado a deixar o MDB e buscar um partido que não esteja sob o domínio de Helder, missão difícil já que a maioria das legendas no Pará sucumbiram às vontades e plano de quem consideram o “Rei do Norte”.

Se decidir permanecer no partido do governador, Daniel corre o risco de ser rifado e ficar impedido de concorrer à reeleição. Se optar por evitar esse golpe, tido como certo, o prefeito tem que aproveitar a janela partidária e deixar o MDB a partir de amanhã (07), tendo até o dia 05 de abril para decidir em qual legenda embarcará.

MAIS UM CANDIDATO PARA ATRAPALHAR

Assim como Miro Sanova, a difícil missão do pré-candidato do PDT, anunciado no início desta matéria, tem um preço alto. Como chefe de gabinete do deputado Adriano Coelho, Caio Ayres não perde nada para aceitar a proposta de enfrentar o atual prefeito, que tem uma aprovação de mais de 80% da população de Ananindeua. Já seu chefe é filho de um dos maiores e mais bem pagos empresários que prestam serviço para o governo do Pará.

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