O estado do Pará iniciou 2025 com resultados históricos na balança comercial, registrando o maior volume exportado em um primeiro trimestre na última década. Entre janeiro e março, foram exportados US$ 5,06 bilhões, representando um crescimento de 0,99% em relação ao mesmo período de 2024. O saldo comercial alcançou US$ 4,45 bilhões, mantendo o Pará na 3ª posição nacional em saldo e na 6ª colocação entre os maiores exportadores do Brasil.
Segundo Cassandra Lobato, coordenadora executiva do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), o desempenho positivo confirma a força do estado no cenário internacional. “Apesar de desafios como crises políticas, pandemia e conflitos comerciais globais, o Pará alcançou seu melhor resultado para o período nos últimos dez anos. Isso demonstra a resiliência dos nossos exportadores e a capacidade de expansão da nossa economia”, avalia.
Pauta exportadora se diversifica
Um dos principais avanços do trimestre foi o aumento de 16,10% na variedade de produtos exportados, passando de 764 NCMs (classificações tarifárias) em 2024 para 887 em 2025. De acordo com Cassandra, o dado é um forte indicativo de amadurecimento da pauta exportadora paraense. “Revertemos a queda registrada no ano passado e mostramos que o Pará está se integrando a novas cadeias globais e abrindo espaço para setores diversificados”, explica.
Os produtos minerais seguem liderando as exportações, com participação de 87% no total. O minério de ferro, principal item da balança paraense, sofreu retração de 26,63%, influenciado pela desaceleração da construção civil na China. Em contrapartida, outros minérios apresentaram forte desempenho, como a alumina calcinada (+105,62%), o minério de cobre (+36,85%) e o alumínio não ligado (+53,24%).
Agropecuária e agroindústria em destaque
Produtos considerados não tradicionais também impulsionaram o bom resultado do trimestre, com destaque para o setor agropecuário. As exportações de bovinos vivos aumentaram 174,74%, com o Egito como principal destino, enquanto a carne bovina teve crescimento de 24,72%, puxado pela demanda chinesa.
A exportação de itens da agroindústria também avançou, especialmente nos segmentos de sucos de frutas e condimentos. A pimenta-do-reino, por exemplo, registrou crescimento de 53,48%, com destaque para vendas aos Estados Unidos e à Alemanha. “Esses setores mostram a capacidade do Pará de diversificar sua pauta exportadora e conquistar mercados consolidados”, pontua Cassandra.
Cidades exportadoras ganham projeção nacional
Canaã dos Carajás se destacou entre os seis maiores municípios exportadores do Brasil, impulsionada pelas vendas de minério de ferro e cobre. Outras cidades paraenses que figuram entre os maiores exportadores do estado são Barcarena, Parauapebas, Marabá e Itaituba.
Expectativas para 2025 são positivas
A FIEPA projeta que os bons resultados devem se manter ao longo do ano, com possibilidade de crescimento impulsionado por relações comerciais sólidas com o mercado asiático e por oportunidades geradas pela reconfiguração das cadeias globais. “Com mais investimentos em logística, inovação e redução da burocracia nos processos de comércio exterior, o Pará pode se consolidar ainda mais como protagonista no cenário internacional”, conclui Cassandra.
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