De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Pará registrou um aumento de 34% no número de focos de incêndio em 2024 em comparação a 2023. O estado, sede da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas — a COP30, liderou o país em queimadas, contabilizando 56.070 ocorrências, o que equivale a uma média de um foco a cada nove minutos. Em 2023, o estado havia registrado 41.715 focos, representando 22% do total nacional.
No total, o Brasil enfrentou 278,3 mil focos de incêndio em 2024, um aumento de 46,5% em relação ao ano anterior. Este é o maior número desde 2010, quando foram registrados 319.383 casos. O crescimento significativo das queimadas é uma preocupação crescente, especialmente considerando que a temporada de incêndios começou mais cedo neste ano.
O Pará é amplamente reconhecido como o estado mais vulnerável à exploração ilegal de madeira, grilagem e conversão de terras para pastagens. A cúpula climática que ocorrerá em Belém reunirá líderes mundiais para discutir questões ambientais e estratégias globais para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) afirmou que está intensificando os esforços para combater o aumento das queimadas, fenômenos que têm sido exacerbados pelas mudanças climáticas. Além disso, a secretaria também destacou que apenas 30% do território do Pará está sob jurisdição estadual, enquanto 70% é de responsabilidade federal, o que requer uma coordenação eficaz com a União para enfrentar esses desafios. Apesar do aumento nas queimadas, a taxa anual de desmatamento no Pará caiu para seu menor nível em dez anos, segundo dados do sistema Prodes do Inpe.
Entretanto, o estado continua a liderar os índices de desmatamento na Amazônia Legal desde o início da série histórica em 2008, com 40,69% da área desmatada no período. Em entrevista ao O Globo, o governador Helder Barbalho (MDB), expressou que sediar a COP30 representa uma oportunidade significativa para transformar a história ambiental do estado, que tem enfrentado desafios nas últimas décadas.
O governador enfatizou a necessidade de uma política econômica que valorize a floresta e promova um uso sustentável do solo, buscando equilibrar a preservação ambiental com as necessidades da população local. A situação atual exige uma abordagem integrada e colaborativa para enfrentar os problemas ambientais e promover um desenvolvimento sustentável na região.
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