HMI de Marabá afasta profissionais após morte de gestante e bebê

A direção do hospital também instaurou uma sindicância interna para investigar possíveis falhas no atendimento e adotar medidas que previnam novos casos semelhantes.

O Hospital Materno-Infantil de Marabá (HMI) anunciou, nesta quinta-feira (23), o afastamento preventivo dos profissionais envolvidos no atendimento à gestante Adrielle Silva Escandeia, de 21 anos, que faleceu junto com o bebê durante o parto. A direção do hospital também instaurou uma sindicância interna para investigar possíveis falhas no atendimento e adotar medidas que previnam novos casos semelhantes.

Adrielle, grávida de 35 semanas e em sua sétima gestação, procurou o hospital na manhã do ocorrido queixando-se de dores no baixo ventre. Após avaliação, foi liberada sob a justificativa de que não havia alterações na vitalidade fetal ou necessidade de internação. No entanto, retornou horas depois com sangramento abundante. Durante uma cesárea de emergência, foi constatado o descolamento da placenta e a ausência de batimentos cardíacos do feto, resultando no óbito dos dois.

Medidas emergenciais

Em nota oficial, a diretoria do HMI informou que já adotou novas diretrizes para evitar situações similares, incluindo a exigência de que nenhuma gestante seja liberada sem avaliação prévia de um especialista obstétrico. A equipe do hospital expressou solidariedade à família de Adrielle e reforçou o compromisso de esclarecer os fatos.

A investigação interna busca identificar falhas no atendimento e apurar responsabilidades. Além disso, os primeiros esclarecimentos já foram apresentados à família, que também será informada sobre o andamento das apurações.

Dados preocupantes e questionamentos

A tragédia reacendeu discussões sobre a qualidade do atendimento no HMI, que tem enfrentado críticas devido ao aumento de óbitos maternos e neonatais na gestão atual. Dados apontam que o número de mortes de recém-nascidos em 2025 cresceu de forma alarmante, gerando temor entre as gestantes que dependem do hospital.

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortalidade infantil considerada aceitável é de no máximo 10 óbitos para cada 1.000 nascidos vivos. No entanto, a realidade em Marabá tem levantado questionamentos sobre a atuação da equipe do HMI e a gestão da unidade.

A comunidade e entidades de defesa dos direitos das mulheres cobram respostas claras sobre o ocorrido. A sindicância interna, a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) estão sendo pressionados para apurar o caso e garantir medidas que devolvam a confiança ao atendimento no hospital.

Gestão municipal sob pressão

O caso também expôs a pressão sobre a gestão do prefeito Toni Cunha (PL), com críticas de que a administração precisa agir para reduzir os óbitos e reforçar a estrutura do hospital. A população questiona se os problemas decorrem de má gestão ou falhas estruturais, aumentando as expectativas por uma resposta concreta das autoridades.

Com informações do portal Debate

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