O Governo Federal iniciou nesta sexta-feira (2) uma força-tarefa contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Kayapó, localizada no sul do Pará. O território, um dos mais impactados pela mineração clandestina no Brasil, sofre com a destruição ambiental, ameaças aos povos originários e violações de direitos humanos.
Com área de 3,2 milhões de hectares, a TI Kayapó abrange os municípios de São Félix do Xingu, Ourilândia do Norte, Cumaru do Norte e Bannach. Segundo o governo, 274 hectares de floresta nativa já foram destruídos, o que equivale a mais de 250 campos de futebol.
O plano de ação envolve fiscalizações conjuntas, monitoramento aéreo e terrestre, destruição de equipamentos ilegais e estratégias para impedir o retorno de invasores. A operação integra o programa nacional de desintrusão de terras indígenas iniciado em 2023.
Mais de 20 órgãos federais participam da operação, incluindo Casa Civil, Polícia Federal, Ministério da Defesa, Ministério dos Povos Indígenas, Funai e Ibama.
Para Marcos Kaingang, secretário nacional de Direitos Territoriais dos Povos Indígenas, o garimpo ilegal é porta de entrada para outros crimes. “O desmatamento polui os rios e afeta a saúde dos povos indígenas. Além disso, fomenta alcoolismo, drogas e violência, inclusive contra mulheres”, destacou.
O delegado da Polícia Federal Cléber Leite afirma que a identificação dos financiadores da atividade ilegal é uma das etapas mais complexas da operação. “Eles usam laranjas, documentos falsos e movimentam altos valores para adquirir maquinário pesado”, explicou.
A ação visa não apenas reprimir o garimpo ilegal, mas garantir a proteção territorial e a segurança dos povos Kayapó, frequentemente expostos a ameaças diretas em seu próprio território.
Leia também:
Deixe um comentário