Avante
Pouco mais de duas semanas após ter assinado sua ficha de filiação ao Podemos, o Delegado Eguchi acabou deixando o partido devido a preferência do diretório municipal pela pré-candidatura do apresentador de tv, Jefferson Lima. O anúncio de que seria candidato a prefeito pelo Podemos foi desmentida pelo partido e não restou outra opção para Eguchi e seu grupo político, formado por uma maioria de neófitos, que a filiação no Avante.
Sob o comando do deputado estadual Wescley Tomaz, o Avante visava apoiar a candidatura do também deputado estadual Thiago Araújo, que por sua vez deixou o Cidadania no dia 20 de março deste ano e ingressou no Republicanos para disputar pela segunda vez a prefeitura de Belém. Em 2020, Thiago ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições municipais na capital paraense.
A decisão de filiar Eguchi nas fileiras do Avante, colocou em contradição a fala do deputado estadual Wescley Tomaz que havia se comprometido com Thiago, dizendo que apoiaria sua pré-candidatura a prefeito de Belém.
Diversos pré-candidatos a vereador em Belém acusam Wescley de traí-los e de “se vender” para um acordo com o governador Helder Barbalho, o qual teria sido intermediado pelo deputado Chicão, presidente da ALEPA. A debandada dos pré-candidatos esvaziou o Avante em Belém passou a circular um vídeo gravado na noite deste último sábado (06), onde ex-partidários do AVANTE anunciaram sua partida para o Democracia Cristã, que no Pará é presidido por Pierre de Sena Oliveira.
Em dezembro do ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral determinou, por unanimidade, que o partido Democracia Cristã devolvesse R$ 130.464,97 aos cofres públicos, acrescidos de uma multa de 5%.
Candidatura analógica
Em plena era digital, um pré-candidato que chegou ao segundo turno nas eleições passadas em Belém, concretiza sua filiação a um partido e não faz uso de suas redes sociais ou de veículos de imprensa para informar seus passos aos seguidores e possíveis eleitores. Mas assim..
Doido pelo Pará
em Ipixuna do Pará, o aliado de Beto Faro e candidato à reeleição, prefeito Artemes de Oliveira, mesmo dizendo ser apoiado pelo senador petista, não está conseguindo freiar a voracidade do deputado Antônio Doido, que tem outros planos e candidata para a prefeitura, neste caso, a ex-prefeita Katiane Cunha, esposa do ex-prefeito Evaldo Cunha, atual coordenador do mandato federal de Doido, o qual conta com o apoio do ministro Jader Filho e do governador Helder Barbalho para suas empreitadas por todo o Pará. Com dinheiro aos montes, o deputado tem atropelado outros aliados do governador, os quais há anos estão na base de apoio da família barbalho, diferente do “Doido” que se elegeu como prefeito de São Miguel do Guamá em 2016, pelo PSDB e migrou para o PL, partido pelo qual disputou a reeleição em 2020, mas foi derrotado por Eduardo Pio X, do MDB.
A mais votada do MDB
A dra Alessandra Haber foi a deputada federal mais votada no Pará, nas eleições de 2022. Tal feito não contou com nenhuma ajuda da família barbalho, que controla o MDB, partido que a deputada está filiada desde quando seu marido, o Dr. Daniel Santos a levou para lá, mas decidiu sair, anteontem, filiado ao PSB pelo vice-presidente Geraldo Alckimin.
Empáfia e vingança
Tendo cortado os repasses do IASEP ao hospital Santa Maria, no qual Dr Daniel é sócio, em Ananindeua, desde o ano passado, o governo Helder Barbalho o descredenciou de vez, esta semana. O hospital Maternidade de Capitão Poço, de propriedade da família do deputado estadual Érick Monteiro (PSDB) também segue sem atender am população, que mais precisa dele, mas é alvo da vingança da família barbalho, que age na política e na economia contra ex-aliados que os ajudaram a chegar ao poder. Érick foi vice-prefeito de Ananindeua, junto com Dr Daniel, nas eleições de 2020 e entregou os cargos que tinha no governo estadual, depois que Helder exonerou os indicados que tinha, ainda em 2023.
Novas demissões
Uma nova lista de indicados da deputada Alessandra Haber e de seu marido foi para a degola na esteira das demissões de Helder Barbalho. Dessa vez, cerca de dezenas de diretores de escolas estaduais e da funcionários da Companhia de Portos e Hidrovias do Pará que foram sumariamente exonerados na última sexta-feira (05).
Fake News
A nova Fake News plantada em diversos canais de comunicação alinhados ao governo e à família barbalho é de que o rompimento de Dr Daniel com Helder tenha sido por conta de uma chantagem proposta pelo prefeito e não aceita pelo governador. Na verdade, o que ocorreu foi que Helder queria impor um pré-candidato a vice-prefeito para Daniel disputar a reeleição em outubro, para caso ele viesse candidato a governador em 2026, ter seu maior colégio eleitoral minado por um prefeito barbalhista.
A proposta foi rejeitada e então fora oferecido a Daniel uma vaga no Tribunal de Contas dos Municípios. Daniel aceitou, mas não seria ele o nome a substituir o conselheiro Sérgio Leão, que está se aposentando. O cargo então está sendo repassado para um primo de Helder Barbalho, Camilo Centeno, a informação foi trazida pelo jornalista Ricardo Noblat, em seu blog no Metrópoles, um dos portais da imprensa brasileira mais acessados no país. Na matéria, um artigo recheado de ironia e sarcasmo sobre os tentáculos de um dos grupos políticos que para manter-se no poder usa práticas da velha política coronelista, que há décadas é predominante no Brasil, mas que começa a ruir em alguns estados.
A oferta de vagas a conselheiros para o TCM é uma moeda de troca para políticos indicados pelos governadores, que passam a ter salários altos e o poder de aprovar ou reprovar a prestação de contas de prefeitos, vice-prefeitos, secretários municipais e demais ordenadores de despesas nos municípios paraenses. Além disso, o cargo é vitalício.
O que Helder queria já foi feito com o ex-vice-governador Lúcio Vale, que foi “aposentado”, da política após ser acusado de desvios milionários da merenda escolar de dez municípios.
As tratativas para que a relação de Helder e Daniel fosse mantida teve como interlocutores o presidente da ALEPA, Chicão (MDB), pelo lado do governador e o deputado estadual Érick Monteiro (PSDB), representando o Daniel. Enquanto isso, em Brasília (DF), o ex-prefeito de Marabá, João Salame cuidou da aproximação de Daniel com a cúpula do PSB, onde acabou filiado, após encontros com o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira.
A filiação de Daniel ao PSB anuniciada em primeira mão na última sexta-feira (04) pelo jornal Folha de São Paulo – que teve matéria replicada pelo portal Estado do Pará On-line – pegou muita gente de surpresa, menos o governador Helder Barbalho, que na edição de quinta-feira (04) mandou exonerar o ex-deputado Beto Salame, que ocupava o cargo de Assessor Especial III. Beto é irmão de João Salame, apontado como um dos que levou Daniel ao PSB.
O fim da relação já corrompida entre o governador do estado e o prefeito do município de Ananindeua representa uma nova conjuntura política, com a polarização pelo governo do Pará em 2026. Vendo sua pré-candidata à sucessão, Hana, congelada nas últimas posições das pesquisas de preferência eleitoral, Helder acaba sendo o principal cabo eleitoral de Dr Daniel, que recebe todos os anti-barbalhista e ex-aliados contrariados pela família barbalho, que ativou o “modo turbo” para tentar dominar tudo e a todos, não se importando com os interesses da sociedade e dos partidos aliados.
Exemplo disso foi o que ocorreu com o PSB, que aliado ao governador, perdeu dois dos três prefeitos que tinha no Pará, após cooptação para o MDB. A operação esvaziou a legenda no Pará, comandada pelo ex-deputado Cássio Andrade, que se mantém à frente da SEEL. Cássio viu com preocupação a filiação de Daniel, mas pouco pode fazer para evitá-la, já que foi de cima pra baixo, como dizem.
Aqui, não
Para um dirigente do PSB, “a filiação de Daniel ao partido foi mesmo tempo, boa e má. Boa para mostrar a Helder que o partido não é dele e que tudo tem limites. Má por conta de uma possível retaliação, prática comum quando se trata da família barbalho, que quer todos ajoelhados aos seus interesses”, concluindo com uma frase conhecida na política paraense: “Aqui, não”
Tchau, querido!
Conforme anunciado aqui no portal, a afiliação do ex-deputado estadual e atual presidente da FUNTELPA, Miro Sanova (PT) “fez água”, com o anúncio da mudança de domicilio eleitoral, do deputado federal Antônio Doido, no MDB de Ananindeua, onde é o virtual pré-candidato a prefeito, mais um soldado escalado pela família barbalho para ‘dar trabalho’ à reeleição de Dr. Daniel.
Miro pecou por ter mantido no cargo por mais de um mês, o diretor-financeiro da autarquia, Hilbert Nascimento, mais conhecido como Binho, que está sendo investigado por uma sindicância interna por assédio sexual contra seis jornalistas. A tentativa de colocar “panos quentes” e prorrogar a exoneração de Binho, custou caro a Miro Sanova, que passou a ser acusado de fazer corpo mole para afastar seu diretor, apesar das graves denúncias do suposto crime cometido por ele.
Além do “Efeito Binho”, Miro Sanova tornou-se pivô de uma grave crise no PT-PA, que suspendou a realização do Encontro Municipal para definição da estratégia eleitoral, que iria definir neste domingo (07), se o partido teria ou não candidato própriou à prefeitura de Ananindeua. A maioria dos delegados eleitos em processo interno, são favoráveis à estratégia de priorizar a eleição de um ou mais vereadores e manterem-se aliados ao prefeito Daniel Santos e participarem de sua campanha de reeleição. Mesmo se o PT opte por lançar candidato, o nome de Miro não é bem aceito pela maioria dos delegados e dirigentes municipais, o que pode refletir em uma intervenção que de forma antidemocrática, imponha Miro como candidato.
Segundo dirigentes petistas insatisfeitos com as ameaças de intervenção, o senador Beto Faro usa seu poder como presidente estadual do PT no Pará para empurrar Miro goela abaixo da militância petista em Ananindeua, mas já foi avisado que as bases do partido não embarcarão na missão que começou mal e tende a não dar certo, deixando o PT cada dia mais longe da aprovação popular. Um destes dirigentes lembra que até pouco tempo, o Partido dos Trabalhadores governava 27 prefeituras no Para e hoje só governa uma. “E olhe lá. Se continuarmos assim, ficaremos sem nenhuma”, conclui.
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