Após duas reinaugurações, Mercado de São Brás segue fechado e sem feirantes em Belém

Espaço histórico reformado para a COP 30 ainda não recebeu os 191 permissionários; nova previsão da Prefeitura é até 18 de junho.

Mesmo após duas reinaugurações, o Mercado de São Brás, um dos principais patrimônios históricos de Belém, permanece fechado ao público e aos 191 feirantes que aguardam a realocação desde janeiro de 2023, quando começaram as obras de reforma do espaço. O mercado completou 114 anos no último dia 21 de maio e segue inacessível, apesar de ter passado por uma ampla requalificação voltada à realização da COP 30, prevista para ocorrer na capital paraense em 2025.

A primeira reinauguração ocorreu em setembro de 2024, com a entrega de um dos pavilhões e da praça frontal. Já em dezembro do mesmo ano, toda a estrutura do mercado foi oficialmente reaberta ao público. Contudo, cinco meses depois, o local continua fechado, e os feirantes permanecem na feira provisória.

Na época da segunda entrega, a previsão da Prefeitura de Belém era de que os permissionários retornassem ao espaço até o fim de março de 2025 — o que não ocorreu. Em entrevista ao Estado do Pará Online (EPOL) nesta quarta-feira (22), o diretor de desenvolvimento urbano da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem), Marcos Ataíde, anunciou um novo prazo: até 18 de junho.

“Hoje iniciamos uma conversa com os feirantes em uma reunião preparatória para o remanejamento deles. Estamos com um prazo de até o dia 18 de junho para que eles possam estar nos seus locais definitivos”, afirmou Ataíde. Segundo ele, ainda restam ajustes em setores da obra, como o polo moveleiro, para a finalização da realocação.

Inaugurado em 1911, o Mercado de São Brás é símbolo da Belle Époque na Amazônia e tem estrutura metálica projetada pelo arquiteto italiano Filinto Santoro, com elementos do art nouveau e do neoclássico. Ao longo de seus 114 anos, passou por três reformas: a primeira em 1988, a segunda entre 1998 e 1999, e a mais recente em 2024, no terceiro mandato do então prefeito Edmilson Rodrigues.

A reforma mais recente transformou o espaço em um complexo gastronômico e cultural, com direito a estacionamento subterrâneo para 200 veículos, mezanino e escadas rolantes para ampliar a acessibilidade. Apesar disso, a ausência dos feirantes e do público generalizado continua a marcar o cotidiano do mercado, gerando críticas e questionamentos sobre a efetividade da requalificação urbana e os prazos estabelecidos pela Prefeitura.

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