Mais um crime ceifou a vida de um pai de família, vítima da caça decretada por facções criminosas contra os agentes da segurança pública do Pará. Um homem até aqui não identificado foi baleado por dois homens que o abordaram perguntando se ele era Policial Militar e antes de responder, a vítima foi assassinada com tiros à queima roupa.
O crime ocorreu na rua Lauro Sodré, próximo ao canal do Tucunduba, região de fronteira entre os bairros da Terra Firma e Guamá, área considerada de alta periculosidade e violência de Belém.
Segundo informações preliminares o crime ocorreu após o homem ser sempre indagado por criminosos do local se era policial e ele nunca responder.
Na noite deste sábado (25), ao chegar na casa onde seu filho mora, levando uma pizza, a vítima foi novamente abordada e dessa vez foi executado na frente da esposa. Segundo os familiares, o homem morto era vigilante da empresa Belém-Rio.
Violência descontrolada
Apesar da propaganda do governo do Pará dizer repetidamente que há uma redução da violência urbana, a sensação de insegurança se confirma no dados divulgados por instituições independentes, como o Instituto Fogo Cruzado, que de novembro do ano passado, para abril deste ano passou a monitorar os crimes com arma de fogo em Belém e região metropolitana. No levantamento, mais de 50 pessoas foram atingidas em ataques armados sobre rodas. Ao todo, 30 pessoas foram mortas e outras 20 ficaram feridas.
É classificado como ataque armado sobre rodas situações em que ocupantes de veículos motorizados (carro, moto, kombi, van etc.) passam atirando contra um grupo de pessoas ou uma pessoa só. Desde que o Fogo Cruzado passou a atuar na região, houve 37 ataques deste tipo na região metropolitana de Belém.
Os números de Belém e região metropolitana chamam atenção em comparação com outros estados. Na região metropolitana do Rio de Janeiro, 15 pessoas foram baleadas em 11 ataques sobre rodas entre 4 de novembro de 2023 e 9 de abril de 2024. Em Pernambuco, foram sete baleados em cinco ataques na região metropolitana do Recife. E em Salvador e região metropolitana, foram 35 vítimas em 23 ataques.
Protesto contra o governo
No dia 08 deste mês, agentes penitenciários do Pará fecharam a Avenida João Paulo II, sentindo Entroncamento, como forma de protesto contra o governo do Pará. Segundo eles, um benefício jurídico teria sido ofertado à categoria, mas até o momento o estado não estaria cumprindo com o combinado entre as partes.
O homem que gravou um vídeo da manifestação alegou que até aquele momento já teriam morrido mais de nove agentes penitenciários, por conta da falta de responsabilidade do governo.
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