Vereadores eleitos em São João de Pirabas são acusados de usar Cheque Moradia para ganhar votos

Além dos vereadores eleitos, a denúncia oferecida pelo Ministério Público Eleitoral à 64ª Zona Eleitoral de Salinópolis também investiga o secretário municipal e marido de Adriana, Amarildo de Jesus Ferreira Pereira, responsável pela gestão do programa do governo estadual no município.

Dois candidatos que venceram as eleições municipais em São João de Pirabas, nordeste paraense, correm o risco de não serem diplomados pela Justiça Eleitoral e consequentemente, de assumirem o cargo, após denúncias de abuso de poder econômico.

Segundo as denúncias, Adriana Costa da Fonseca (MDB) e Adson Antônio Teixeira Reis (MDB) usaram o programa Sua Casa, novo nome do programa Cheque Moradia, para ganhar votos. Nas eleições deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta que Adriana foi eleita com 1.271 votos e Adson com 654 votos.


Além dos vereadores eleitos, a denúncia oferecida pelo Ministério Público Eleitoral à 64ª Zona Eleitoral de Salinópolis também investiga o secretário municipal e marido de Adriana, Amarildo de Jesus Ferreira Pereira, responsável pela gestão do programa do governo estadual no município.


Na ação, a promotora pauta o uso irregular do programa Sua Casa, o antigo “Cheque Moradia” cita que os investigados realizavam eventos de lançamento de campanhas com os beneficiários do programa, como forma de fazer os eleitores acreditarem que a participação no cronograma de campanha “assegurassem o recebimento do referido benefício”.

A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) também aponta outras irregularidades que justificam a inclusão do secretário municipal, como: pessoas que não se enquadravam nos critérios de renda contempladas com o benefício, demora de até quatro meses para a empresa responsável pela entrega do material efetivar a ação, assim como indícios de superfaturamento, já que a empresa trabalhava com uma tabela de valores acima da média do mercado para a venda de itens para os beneficiados.

As testemunhas que constam na denúncia relatam a atuação de pessoas que trabalham para o secretário municipal como integrantes do esquema, dando continuidade as negociações com a população iniciadas pelos então candidatos ao cargo de vereador.

Embora a promotoria tenha solicitado a suspensão do Programa Sua Casa para revisão dos atuais inscritos, o titular negou o pedido até que as investigações sejam concluídas.

Em nota à promotoria, a defesa de Adson Reis nega quaisquer irregularidades em relação ao programa e afirma que a denúncia não possui conjunto probatório, sendo motivada, segundo ele, por questões exclusivamente políticas.

O portal Estado do Pará Online (EPOL) entrou em contato com o Tribunal Regional Eleitoral do Pará para novos detalhes sobre o andamento do caso.

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