Servidores técnicos administrativos da Universidade do Estado do Pará (Uepa), em greve há mais de 50 dias, foram impedidos de acessar a sede da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefa), em Belém, na manhã desta segunda-feira (30). A denúncia foi feita pela servidora Karla Noronha, que relatou o episódio com exclusividade ao Estado do Pará Online.
Segundo Karla, os grevistas vinham acompanhando presencialmente, há cerca de duas semanas, a tramitação de um processo da categoria dentro da Sefa, mas nesta segunda a entrada foi vetada por decisão “superior”.
Apenas quatro servidores estavam no local no momento da informação. “Disseram que a gente não poderia entrar porque não tínhamos ‘agenda’, mas éramos servidores públicos, íamos todos os dias. Alegaram que era para evitar ‘quebra-quebra’ ou qualquer tipo de violência, o que nunca aconteceu. Os demais usuários entraram normalmente. A proibição foi apenas para os grevistas”, afirmou.

A categoria reivindica o cumprimento da lei do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da Uepa, que, segundo os grevistas, vem sendo descumprida. “Nossa tabela salarial está desatualizada desde 2023, e também não há reajuste geral dos servidores públicos do Estado do Pará há seis anos”, disse Karla.
Segundo ela, a proposta de atualização foi apresentada formalmente, com aval da própria gestão superior da universidade, que reconhece a defasagem. “Mesmo assim, o governo nos trata com indiferença, não senta para conversar e mantém nosso processo parado na Sefa sem nenhuma justificativa plausível”, criticou.

Impactos e articulações
A greve, que atinge os 23 campus da Uepa em Belém e no interior, já compromete setores da instituição. “A paralisação impacta o funcionamento da universidade como um todo, prejudicando os usuários e os próprios alunos”, afirma a servidora.
Ainda de acordo com Karla, a mobilização deve se intensificar nos próximos dias, com novos atos em articulação. “Já levamos a denúncia ao Ministério Público e à Ouvidoria Geral do Estado, e seguimos firmes em busca de diálogo e respeito à lei”, concluiu.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria da Fazenda para solicitar um posicionamento oficial sobre o impedimento de entrada dos grevistas, mas não obteve resposta até a publicação. Quando a nota for enviada, atualizaremos a matéria.
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