Uma declaração feita pelo futuro prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), no programa “Argumento”, apresentado pelo jornalista Mauro Bonna, gerou surpresa e preocupação entre educadores e agentes culturais da cidade. Durante a entrevista, Bonna classificou o Palacete Pinho como “subutilizado” e sugeriu sua entrega à iniciativa privada, recebendo de imediato o apoio do prefeito eleito, que afirmou: “Nós vamos fazer isso, Mauro”.
A fala causou espanto, especialmente porque o Palacete Pinho, reinaugurado em fevereiro de 2024, se consolidou como um importante equipamento público de educação e cultura, abrigando o Núcleo de Arte, Cultura e Educação (NACE) da Secretaria Municipal de Educação (SEMEC). Desde então, o espaço é palco de diversas iniciativas culturais e pedagógicas, como a Escola Municipal de Arte de Belém (EMAB), o Cinema Dira Paes, o Ecomuseu de Belém, o Memorial Bruno de Menezes e a Escola Municipal de Dança, além de ações voltadas à formação continuada de professores de artes da rede pública.
O NACE tem desempenhado um papel fundamental ao promover a educação pública de qualidade, aliando o potencial emancipador das expressões artísticas e da cultura popular ao ensino integral. O trabalho desenvolvido no Palacete Pinho impacta tanto os estudantes quanto as comunidades continentais e insulares de Belém, fortalecendo a conexão entre arte, educação e cidadania.
Diante da declaração do futuro prefeito, representantes da comunidade cultural e educadores esperam que Igor Normando reconsidere suas palavras, confirmando a relevância do espaço para a cidade. A expectativa é que a nova gestão valorize e amplie as ações realizadas no Palacete, em vez de transferi-lo para a iniciativa privada, garantindo a continuidade de um projeto que tem contribuído significativamente para a formação cultural e educativa de Belém.
Para muitos, a fala do prefeito eleito reflete um possível desconhecimento sobre as atividades desenvolvidas no espaço. Por isso, defendem que o diálogo entre a gestão municipal e a sociedade civil seja ampliado, assegurando que o Palacete Pinho permaneça como um símbolo de resistência cultural e educação pública de excelência.
Leia também:
