Sebastião Salgado, ícone da fotografia documental brasileira, morre aos 81 anos

A confirmação veio por meio do Instituto Terra, organização que ele fundou junto com a esposa, Lélia Wanick.

O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado faleceu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, em Paris. A confirmação veio por meio do Instituto Terra, organização que ele fundou junto com a esposa, Lélia Wanick. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Nascido em 1944, na cidade mineira de Aimorés, Salgado construiu uma carreira internacionalmente reconhecida, marcada por seu trabalho em preto e branco que retratava a dignidade humana e as condições de vida de populações marginalizadas. Ele viajou por mais de 100 países ao longo de sua trajetória, desenvolvendo projetos fotográficos que ganharam destaque mundial.

Formado em economia, com mestrado pela Universidade de São Paulo e doutorado pela Universidade de Paris, Salgado iniciou sua carreira como fotógrafo em 1973, quando trabalhava para a Organização Internacional do Café. Seu trabalho ganhou notoriedade ao registrar eventos importantes, como os primeiros 100 dias do governo do presidente americano Ronald Reagan, incluindo o atentado sofrido por ele em 1981.

Além do impacto visual de suas imagens, Salgado foi um ativista comprometido com causas sociais e ambientais, denunciando a pobreza, a guerra e o desmatamento. Entre seus trabalhos mais conhecidos estão as séries “Êxodos” e “Trabalhadores”, que revelam as dificuldades enfrentadas por populações ao redor do mundo.

Em 2014, sua vida e obra foram retratadas no documentário “O Sal da Terra”, codirigido pelo cineasta alemão Wim Wenders e por seu filho Juliano Ribeiro Salgado. O filme recebeu prêmios em Cannes e foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário, consolidando ainda mais seu legado no mundo da fotografia.

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