O professor da Universidade Federal do Pará (UEPA), Aiala Colares, usou as redes sociais para denunciar casos de maus-tratos e preconceito contra alunos cotistas dentro da instituição. Militante do movimento quilombola, o docente relatou que estudantes quilombolas e indígenas têm sido vítimas de humilhações por parte de professores, especialmente nos cursos da área da saúde.
“Professores entram na sala de aula humilhando os alunos, dizendo que eles não são capazes, que não vão conseguir, e que não estão ‘nem aí’ para o que os alunos estão fazendo”, afirmou Aiala. “E o pior de tudo: uma professora lavou a mão com álcool porque tocou na mão de um aluno indígena”, denunciou.
A denúncia foi levada formalmente à reitoria da UFPA. Segundo Aiala, ele foi orientado a conversar com os estudantes e incentivá-los a formalizar as denúncias, mesmo de forma anônima, desde que com provas. “Mas os alunos têm medo. Se você é aluno cotista, quilombola, indígena e vem sofrendo algum tipo de preconceito nas dependências da universidade, formule uma denúncia junto à ouvidoria. Ela está atenta para notificar esses professores e abrir uma investigação”, disse o professor.
Ele também relatou casos de abalo psicológico entre os estudantes. “Encontrei aluna com problemas psicológicos por causa desses ataques, com palavras preconceituosas. Uma universidade que tem o papel de formação, defesa dos direitos e da luta pela igualdade não pode permitir esse tipo de comportamento de seus docentes”, completou.
A reportagem do EPOL entrou em contato com a UFPA e aguarda uma resposta oficial da universidade.
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