A audiência de custódia do policial militar Marcos Prestes Moreira acontece nesta quarta-feira (16), em Belém, e deve decidir se ele responderá por homicídio simples ou duplo homicídio. O caso, que gerou grande comoção social, ocorreu no dia 7 de abril, no bairro do Marco, na capital paraense.
Policial confundiu vítimas com assaltantes
De acordo com as investigações preliminares, o soldado Marcos atirou contra Jackson Maciel de Moraes, passageiro, e William Barbosa de Souza, motociclista por aplicativo, ao confundi-los com os autores de um assalto ocorrido minutos antes. As vítimas tentavam perseguir o verdadeiro criminoso, que havia roubado o celular de um estudante na Travessa Barão do Triunfo.
Segundo testemunhas, após os disparos, o PM revistou as vítimas baleadas, afastou a motocicleta do local e entrou em uma clínica nas proximidades. Pouco depois, retornou à cena e retirou o celular da mão de Jackson, que ainda tentava usar o aparelho mesmo ferido. Jackson morreu no local, enquanto William foi socorrido e levado ao hospital.
Militar se apresentou após sete dias
Marcos Prestes estava lotado em Marituba, na Região Metropolitana de Belém, e se apresentou apenas sete dias após o crime, já acompanhado de advogado. Ele prestou depoimento na Divisão de Homicídios e, em seguida, foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar, onde permanece preso preventivamente.
O caso segue sob investigação pela Polícia Civil, que ainda não divulgou o laudo balístico nem o depoimento de testemunhas. O verdadeiro autor do assalto foi capturado pela população e levado à Delegacia do Marco, onde foi autuado em flagrante.
Audiência pode agravar a pena
Na audiência desta quarta-feira, a Justiça analisará os elementos já reunidos e poderá enquadrar o PM por homicídio simples ou duplo homicídio, o que impacta diretamente na pena prevista. A possibilidade de dolo eventual — quando se assume o risco de matar — também está sendo avaliada.
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