Pará registra taxas de prematuridade acima da média nacional; mais de 12% dos bebês nascem antes do tempo

A precariedade no saneamento básico e o elevado número de pessoas em situação de insegurança alimentar — cerca de 30% da população — impactam diretamente a saúde das gestantes e dos bebês

Créditos: Marcello Casal/ Agência Brasil

A Região Norte do Brasil registrou uma taxa preocupante de prematuridade em 2023, com aproximadamente 35 mil bebês nascendo antes do tempo, o que equivale a 12,61% dos partos realizados na região — a maior taxa do país. Entre os estados, o Pará ocupa a oitava posição, com 12,45% das partes ocorrendo de forma prematura, superando a média nacional de 12%. A situação é ainda mais crítica em Roraima, onde o índice chega a 18%, seguido por Acre e Amapá, ambos com cerca de 14%.

Segundo a professora Aurimery Chermont, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA), o problema é histórico e envolve múltiplos fatores sociais, geográficos e estruturais, agravados pela insuficiência de serviços básicos de saúde. “A falta de educação para prevenção é o principal problema. Muitos jovens não fazem pré-natal por desconhecimento ou falta de acesso. Em algumas regiões, é difícil chegar ao posto de saúde, e quando chega, às vezes, não há exames ou medicamentos disponíveis”, explica.

A vulnerabilidade social também contribui para os altos índices de prematuridade. De acordo com dados de 2023, a Região Norte apresentou mais de 55 mil partos de mães com até 19 anos, representando 19% dos nascimentos, acima da média nacional de 12%. Além disso, a precariedade no saneamento básico e o elevado número de pessoas em situação de insegurança alimentar — cerca de 30% da população — impactam diretamente a saúde das gestantes e dos bebês.

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