O Pará registrou 310 incêndios em edificações residenciais e comerciais nos quatro primeiros meses de 2025, segundo levantamento do Corpo de Bombeiros Militar. Embora o número ainda esteja distante do total do ano passado, quando foram computadas 1.122 ocorrências, os dados acendem um alerta sobre os riscos que persistem no cotidiano de moradores e empreendedores no estado.
A maioria dos incêndios estruturais está relacionada a falhas elétricas, falta de manutenção em instalações antigas, sobrecarga de tomadas, uso inadequado de equipamentos e até ações corriqueiras, como panelas esquecidas no fogo e velas acesas sem supervisão. Outros fatores de risco incluem o descarte incorreto de bitucas de cigarro, uso de carregadores paralelos e improvisações com benjamins ou extensões.
Especialistas reforçam que o tipo de extintor utilizado pode agravar ou conter a situação. Dispositivos inadequados podem colocar em risco ainda maior quem tenta combater o fogo. “É fundamental utilizar o extintor adequado para cada situação, caso contrário os riscos podem ser agravados e com isto impactando a segurança das pessoas e/ou danos materiais adicionais. Por exemplo, o uso de extintores de água (classe A) em incêndios que envolvem equipamentos elétricos energizados (classe C) pode agravar a situação. Utilizar um extintor de água em um incêndio de classe C pode resultar em choque elétrico, causando sérios danos ao operador”, alerta o engenheiro Alexandre Mitidieri, especialista em segurança contra incêndio.
Em muitos edifícios brasileiros, sejam residenciais ou comerciais, é comum encontrar sistemas básicos de prevenção, como detectores de fumaça, alarmes, extintores e portas corta-fogo. Ainda assim, a manutenção desses equipamentos nem sempre é feita corretamente. A recomendação técnica é que extintores convencionais sejam verificados anualmente. Há, no entanto, modelos mais modernos e versáteis, com maior durabilidade e aplicáveis a diferentes tipos de incêndio.
O Corpo de Bombeiros recomenda uma série de cuidados para evitar tragédias. Entre eles, estão a revisão periódica da rede elétrica, uso exclusivo de carregadores originais, atenção com crianças próximas à cozinha, e vigilância redobrada ao acender velas ou ao utilizar aparelhos que geram calor, como aquecedores ou secadoras. A prevenção, mais do que qualquer sistema instalado, segue sendo o método mais eficaz para conter o avanço dos números e proteger vidas e patrimônios, segundo o órgão.
