Nesta segunda-feira (14), Dia Mundial da Doença de Chagas, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) reforçou o alerta sobre os cuidados preventivos com a enfermidade, que ainda afeta milhares de pessoas no Pará — estado que concentra cerca de 80% dos casos registrados no Brasil. Só em 2023, foram confirmados 536 casos. Em 2024, houve redução para 485. Nos três primeiros meses de 2025, já são 72 casos registrados.
A transmissão oral, por alimentos contaminados, representa 89% das ocorrências no estado. A infecção é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, geralmente transmitido pelas fezes do barbeiro — inseto comum em áreas com baixa infraestrutura sanitária e de moradia.
Municípios com mais casos em 2025:
- Breves (14)
- Barcarena (13)
- Belém (9)
- Muaná (7)
- Ananindeua (7)
- Abaetetuba (6)
Sintomas e riscos
Na fase aguda, a doença pode causar febre, dor de cabeça, cansaço, inchaço no rosto e membros, taquicardia e dificuldade para respirar. O diagnóstico precoce é essencial para evitar danos permanentes ao coração e ao sistema digestivo. O tratamento é feito com medicação específica por dois meses, seguido de acompanhamento por até cinco anos.
Ações da Sespa
A secretaria tem intensificado capacitações para profissionais de saúde nos municípios prioritários, com foco na detecção precoce e prevenção. Também atua em ações educativas com produtores de açaí e escolas, além de promover melhorias nas práticas de higiene e manipulação de alimentos.
Nos últimos meses, técnicos da Sespa estiveram em municípios do Arquipélago do Marajó, como Muaná, Breves e Afuá, para reforçar o monitoramento, revisar protocolos de atendimento e alinhar estratégias com a Vigilância Epidemiológica local.
Segundo Eder Monteiro, coordenador estadual do Programa de Controle da Doença de Chagas, “mais de 90% dos casos confirmados no Pará têm evoluído positivamente, graças à notificação precoce e ao início rápido do tratamento”.
A população deve procurar a Unidade Básica de Saúde ao notar sintomas suspeitos e seguir as orientações de prevenção, especialmente no consumo de alimentos como o açaí, que exigem rigor no preparo.
Leia também:
Deixe um comentário