Faltando poucos meses para a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) inicia, no próximo dia 5 de maio, o Ciclo de Diálogos “COP 30 Com Ciência”, uma ampla programação que vai até novembro de 2025, reunindo pesquisadores, lideranças indígenas, gestores públicos, representantes de empresas e organizações sociais para discutir soluções sustentáveis para a Amazônia.
O evento será realizado no auditório Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa do Museu, com capacidade para 200 pessoas, e também transmitido ao vivo pelo canal oficial da instituição no YouTube. A proposta é articular conhecimento científico e saberes tradicionais sobre os impactos das mudanças climáticas e formas de enfrentamento.
A abertura será às 10h do dia 5 de maio, com a palestra “A COP 30 como catalisadora de soluções climáticas para a Amazônia e o Brasil”, ministrada por Ima Vieira, pesquisadora titular do MPEG e assessora da FINEP. A mediação será do jornalista Daniel Nardin (Amazônia Vox). Na parte da tarde, a programação continua com mesas de debate sobre financiamento climático e experiências indígenas com REDD+, mecanismo de compensação por redução de emissões de carbono.

O diretor do Museu Goeldi, Nilson Gabas Júnior, destacou o papel da instituição. “A ciência é a ferramenta mais confiável para entender as complexidades das mudanças climáticas e conceber soluções eficazes, especialmente quando em diálogo com os povos indígenas e comunidades tradicionais. O Ciclo de Diálogos é uma convocação para refletir e construir caminhos para o futuro da Amazônia”, afirmou.
Dividido em quatro eixos — Eventos Científicos, Ações Expositivas, Ações Educativas e Produtos de Comunicação — o Ciclo de Diálogos busca ampliar o acesso ao debate climático e valorizar os conhecimentos amazônicos. Todos os encontros resultarão em um documento final com contribuições para a COP 30, que ocorrerá em novembro deste ano, em Belém.
Segundo a pesquisadora Marlúcia Martins, coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação do MPEG, o ciclo busca envolver a sociedade de forma ampla. “Precisamos entender como a biodiversidade, as cidades, as florestas e os povos tradicionais são afetados pelas mudanças climáticas, e quais respostas podemos oferecer ao mundo. A Amazônia tem um legado milenar de saberes que precisa ser valorizado como modelo global”, disse.
Entre os parceiros do projeto está o CIFOR-ICRAF, centro internacional de pesquisa em florestas e agroflorestas. O coordenador regional da instituição, Alison Castilho, ressalta a relevância estratégica da discussão. “Este ciclo é uma oportunidade de promover um debate justo e inclusivo sobre o mercado de carbono e o REDD+, alinhado ao bem viver das comunidades tradicionais”, declarou.
Programação de Maio
- 05/05 (segunda-feira):
- 10h: Lançamento oficial do Ciclo de Diálogos
- Palestra inaugural: “A COP 30 como catalisadora de soluções climáticas para a Amazônia e o Brasil” (Ima Vieira | FINEP), com mediação de Daniel Nardin (Amazônia Vox)
- 13h30: Mesa 1 – “Financiamento para contenção e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas”, com pesquisadores do MPEG, UFPA, CIFOR-ICRAF e SEMAS Pará
- Mesa 2 – “Justiça Climática e Sustentabilidade dos Territórios”, com lideranças indígenas Ka’apor e Tembé, pesquisadores e representantes do MPE e da WWC
- 15/05 (quarta-feira): WallDay na Amazônia – homenagem ao naturalista Alfred Russel Wallace
- 16/05 (quinta-feira): Mesa redonda “Respostas da Biota amazônica frente às mudanças climáticas”, coordenada pela pesquisadora Ana Prudente
A coordenadora de Comunicação e Extensão do MPEG, Sue Anne Costa, destaca que o ciclo também contará com exposições, feira de gastronomia e artesanato, além de novas ações educativas. Em novembro, a exposição “Diversidades” será reexibida com foco na pluralidade amazônica.
Acompanhe a programação completa e atualizações pelas redes sociais e pelo site da Agência Museu Goeldi.
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