Ministro do Trabalho classifica jornada 6×1 como “cruel” e defende debate para redução

Luiz Marinho afirma ser possível aprovar jornada de 40 horas semanais sem reduzir salários, mas pede cautela com o fim imediato da escala 6x1

Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Em visita à Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, se posicionou sobre dois temas centrais para a classe trabalhadora brasileira: a escala de trabalho 6×1 e a Fraude no INSS. Segundo ele, o governo busca um caminho equilibrado entre a valorização do trabalhador e a viabilidade de mudanças para o setor produtivo.

O ministro declarou, neste sábado (10), que a jornada 6×1 é “cruel”, principalmente para as mulheres, e defendeu a construção de um debate “maduro e saudável” para viabilizar tanto a redução da jornada semanal para 40 horas sem corte de salários quanto o fim gradual dessa escala de trabalho.

Apesar de reconhecer o impacto negativo da jornada 6×1, Marinho avaliou que não há possibilidade de encerrá-la de forma imediata. “É preciso olhar isso sob todos os aspectos”, afirmou, reforçando que a transição deve ser feita com tranquilidade para não causar insegurança ao empresariado.

Durante a visita à feira promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Marinho também falou sobre a importância de um ambiente de trabalho saudável e digno. Ele destacou que a qualidade de vida dos trabalhadores impacta diretamente na produtividade e no desenvolvimento do país.

O ministro também abordou o esquema de descontos não autorizados aplicados em benefícios de aposentados e pensionistas, afirmando que todos os prejudicados serão ressarcidos. Segundo ele, a fraude teve origem em 2019 e não foi investigada pelo governo anterior, mas o atual governo já iniciou processos de responsabilização.

Além de Marinho, a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, também participou da feira neste sábado. Ela elogiou o papel do MST na produção de alimentos e disse que sua gestão à frente da pasta buscará garantir a participação ativa das mulheres nas decisões políticas e nas políticas públicas em todo o Brasil.

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