Gleisi Hoffmann defende fim da escala 6×1: “Mais empregos, desenvolvimento e mais justiça para os trabalhadores”

Ministra das Relações Institucionais afirma que proposta de redução da jornada de trabalho será debatida com a sociedade e articulada no Legislativo

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), declarou neste domingo (4) que a proposta de fim da escala 6×1 será uma das prioridades do governo junto ao Congresso Nacional. Em publicação nas redes sociais, Gleisi afirmou que o debate será encaminhado às comissões pertinentes da Câmara dos Deputados, com envolvimento da sociedade e de todos os setores abrangidos pelo tema.

A proposta em questão é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/2025, de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que visa substituir a atual jornada de seis dias de trabalho e um de descanso por um modelo de quatro dias de trabalho e três de folga, com carga semanal de até 36 horas. A PEC foi protocolada em fevereiro e ainda aguarda despacho para análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O presidente Lula (PT) também mencionou o tema em seu pronunciamento pelo Dia do Trabalhador, em 1º de maio, afirmando que é hora de o Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar dos trabalhadores.

Apesar do apoio do governo, a proposta enfrenta resistência de parte do Congresso e do setor empresarial, que teme aumento dos custos operacionais. A Confederação Nacional do Comércio (CNC), por exemplo, já se posicionou contra a mudança. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a Casa dará “tratamento institucional” à matéria, mas ressaltou a necessidade de avaliar seu impacto e viabilidade.

Paralelamente, Hugo Motta enfrenta pressões para pautar o Projeto de Lei da Anistia, que visa perdoar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Deputados do PL ameaçam obstruir votações caso a proposta não avance, enquanto movimentos da sociedade civil pressionam pelo arquivamento do projeto, considerando-o um contrassenso à ordem democrática.

Em Belém, manifestantes foram às ruas no dia 1° de maio para protestar contra a jornada de trabalho 6×1 e apoiar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe a redução da carga horária de trabalho no Brasil. O ato nacional contou com a participação de trabalhadores, estudantes e movimentos populares.

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