Mandante do massacre em Altamira é condenado a 403 anos de prisão - Estado do Pará Online

Mandante do massacre em Altamira é condenado a 403 anos de prisão

Dhonlleno Amaral liderou a chacina que matou 62 presos no Pará em 2019; julgamento foi transferido para Belém por razões de segurança.

O Tribunal do Júri do Fórum Criminal de Belém condenou Dhonlleno Nunes Amaral a 403 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado, além de 2 anos de detenção e 490 dias-multa, por liderar o massacre no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará. A tragédia, ocorrida em 29 de julho de 2019, resultou na morte de 62 detentos e é considerada a segunda maior chacina do sistema prisional brasileiro, atrás apenas do massacre do Carandiru, em 1992.

O julgamento, realizado em Belém por questões de segurança, durou dois dias e foi transferido da comarca de Altamira a pedido da defesa, devido à grande repercussão local. Durante o interrogatório, Dhonlleno negou envolvimento nos assassinatos, alegando estar preso por uma tentativa de homicídio relacionada a um acidente de trânsito. Ainda assim, foi considerado culpado por homicídios, decapitações e participação em organização criminosa, sendo absolvido apenas das acusações de dano ao patrimônio e incêndio.

Ao todo, 16 testemunhas prestaram depoimento por videoconferência, por razões de segurança e logística. Outras sete foram dispensadas, não localizadas ou faleceram.

Essa é a segunda condenação relacionada ao caso. Em setembro de 2024, Luziel Barbosa recebeu pena de 396 anos de prisão. Segundo o Tribunal de Justiça do Pará, cinco acusados respondem criminalmente pelo massacre, e os demais devem ser julgados nos próximos meses.

O massacre em Altamira chocou o país pela brutalidade. Das 62 vítimas, 58 morreram dentro da unidade prisional, muitas por asfixia, e 16 foram decapitadas. Outras quatro faleceram durante transferência. O motim foi motivado por conflitos entre facções rivais. Após a tragédia, o presídio foi desativado, e os detentos foram transferidos para o Complexo Penitenciário de Vitória do Xingu.

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