A Justiça Eleitoral do Pará concluiu uma das principais investigações de crimes eleitorais das eleições de 2024 no estado. O caso envolve o vereador e então candidato à reeleição Edivaldo Borges Gomes, conhecido como Irmão Edivaldo (MDB), acusado de liderar um esquema de compra de votos e de violação do sigilo do voto por meio de dispositivos eletrônicos escondidos.
Irmão Edivaldo foi condenado, nesta segunda-feira (7), à cassação do diploma, inelegibilidade por oito anos e pagamento de multa de R$ 53.205 por captação ilícita de sufrágio. A decisão foi tomada com base em provas reunidas durante a operação “Hórus”, que apurou a distribuição de óculos com câmeras para monitorar eleitores em Ourilândia do Norte durante o pleito de 2024.
Durante a investigação, o Ministério Público Eleitoral demonstrou que Edivaldo, junto a um grupo de apoiadores, comprava votos por R$ 200 e exigia que os eleitores comprovassem o voto por meio de registros audiovisuais. Segundo a sentença, o objetivo era garantir que os eleitores votassem conforme o combinado, em troca do benefício financeiro, o que caracteriza “grave afronta ao processo eleitoral”.
O tribunal entendeu que os depoimentos das testemunhas e os vídeos apresentados nos autos comprovaram a prática da conduta ilícita de forma “contundente, grave e impactante”. Para a justiça, o uso de tecnologias para fiscalizar o cumprimento do voto comprado configura não só corrupção eleitoral, mas também viola o sigilo do sufrágio e o livre exercício da cidadania.
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