No talento do lápis de Luciano Veronezi, a ilustração do que o chargista do programa Roda Viva, da TV Cultura, considerou a síntese da resposta do governador Helder Barbalho para a indagação da jornalista Malu Delgado, chefa de jornalismo da Samaúma, sobre a fumaça que pertuba a população de Manaus-AM e o aumento das queimadas no Pará, estado que se mantém na liderança do fogo que queima boa parte da floresta amazônica.
A pergunta de Malu usou como referência informações divulgadas pelo Ministério do Meio Ambiente, repostadas pela ministra Marina Silva, conforme se vê abaixo:
🔊 Atenção a esse importante fio! https://t.co/EUOxnNUxfU
— Marina Silva (@MarinaSilva) November 9, 2023
Ibama e ICMBio já extinguiram incêndios em mais de 50 regiões no Pará.
— Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (@mmeioambiente) November 9, 2023
Recentemente o governo federal reforçou equipes e enviou equipamentos de combate ao fogo para as áreas mais críticas. pic.twitter.com/WBW1g7iwi9
Segundo o INPE, o estado do Pará tem hoje o pior índice de queimadas do Brasil e registra o segundo pior mês de outubro em 25 anos.
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O registro atento do desenhista e a provocante pergunta da jornalista sobre os números que revelam a realidade do Pará como principal responsável pelos focos de incêndio na Amazônia e a disposição de Helder em se dar bem em debates onde ele usa e abusa do talento retórico para colocar todos que podem ser responsabilizados pelos efeitos negativos que suas ações ou omissões políticas trazem aos seus protagonistas ou coadjuvantes.
Perante a estratégia quase que hipnótica de Helder, os demais atores e fatores levam a culpa e os prejuízos, menos os grandes fazendeiros e criadores de gado na Amazônia, como Helder, sua família e principais aliados políticos e de negócios.
Resta saber o que a Ministra do Meio Ambiente tem a dizer, depois de ser indiretamente acusada de não se basear em informações científicas sobre as causas das queimadas no Pará e na Amazônia, já que Helder não responsabiliza os que usam as queimadas para o cultivo de grãos e a expansão das terras para a criação de gado, tal como apontam estudiosos do tema.
De outro lado, com seu discurso dúbio de servir a Deus e a Mamon Helder se pinta de ambientalista e defensor do Agro ao mesmo tempo, em um mundo fantasioso onde posa como um dos mais engajados na luta dos povos e comunidades tradicionais da Amazônia e de grileiros que esperam ver as terras que invadiram regularizadas pelo governo federal.
Mesmo não agindo com rigor contra assassinos de líderes ambientalistas, insistir na defesa da floresta em pé, ostentando números de um recuo na derrubada da floresta, mesmo que a devastação seja recordista e o Pará continue sendo o estado onde conflitos agrários sejam vergonhosamente uma das nossas marcas mais vexatórias.
A entrevista completa de Helder Barbalho no programa Roda Viva, da TV Cultura, você assiste aqui.
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