FBI ajudará na investigação do assassinato do candidato a presidente do Equador

Fernando Villavicencio, candidato a presidente do Equador
Fernando Villavicencio, candidato a presidente do Equador morto com três tiros na cabeça após ser ameaço por combater organizações criminosas.

Na quarta-feira, 9 de agosto, o candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, foi vítima fatal de um ataque a tiros enquanto deixava um comício político realizado no Anderson College, localizado na capital do país, Quito. Horas antes de ser morto a tiros, o candidato fez um discurso dizendo que seus eleitores seriam seu escudo e que ele não seria quebrado.

De acordo com informações da mídia local, o evento no norte de Quito foi finalizando com o assasinato do candidato com aproximadamente 30 disparos. Vídeos que circularam nas redes sociais capturaram o momento em que Villavicencio entrava em um veículo após o comício e logo após é possível ouvir o som de tiros e gritos.

O incidente resultou em pelo menos nove pessoas feridas, incluindo o próprio candidato à presidência e dois policiais, conforme relatado pela Procuradoria Geral do Equador.

APAGÃO DAS INFORMAÇÕES

Apesar de solicitações, tanto a polícia quanto o Ministério do Interior do Equador não prestaram esclarecimentos detalhados sobre o assassinato. Entretanto, o presidente Guillermo Lasso confirmou que a polícia conseguiu desarmar uma granada deixada pelos agressores com segurança. Lasso destacou a natureza política e terrorista do crime, afirmando que não havia dúvidas de que esse ato visava sabotar o processo eleitoral. O presidente fez tal declaração por meio de um comunicado em vídeo após a meia-noite, horário local, após uma reunião com autoridades eleitorais e de segurança.

SUSPEITO MORTO PELA POLÍCIA

Um dos indivíduos suspeitos de envolvimento no assassinato de Villavicencio foi morto em Quito na noite do mesmo dia, 9 de agosto, conforme comunicado pelo Ministério Público do Equador. A identidade do suspeito ainda não foi revelada. Ele foi ferido gravemente em um confronto armado com os seguranças pessoais do candidato, sendo posteriormente levado para a Unidade de Flagrantes de Quito, porém não resistiu aos ferimentos.

GOVERNO DO EQUADOR PEDE AJUDA DO FBI NAS INVESTIGAÇÕES

O governo equatoriano, liderado pelo presidente Guillermo Lasso, tomou a decisão de solicitar a cooperação do Federal Bureau of Investigation (FBI) dos Estados Unidos para investigar o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. O jornalista, ativista e ex-deputado foi morto durante um comício político, e o presidente Lasso comunicou por meio de sua conta no Twitter que o pedido de assistência foi aceito pelo FBI. Uma equipe da agência federal está a caminho do Equador para auxiliar na investigação.

O FBI, uma agência especializada em investigações e inteligência dos Estados Unidos, focada em combater ameaças terroristas, inteligência estrangeira e aplicação das leis criminais, colaborará com as autoridades equatorianas para esclarecer o crime. Após o falecimento de Villavicencio, o governo equatoriano declarou estado de emergência em todo o país por sessenta dias.

A Embaixada dos Estados Unidos no Equador, representada pelo Embaixador Michael J. Fitzpatrick, expressou surpresa com o assassinato e reconheceu a importância de Villavicencio como candidato presidencial e defensor no combate à corrupção e ao tráfico de drogas no Equador. A embaixada também reafirmou o compromisso dos Estados Unidos em fornecer assistência investigativa urgente para resolver o crime.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, condenou fortemente o assassinato e reiterou a disposição do país em colaborar para identificar e responsabilizar os responsáveis pelo crime.

AMEAÇAS

Na semana passada, durante uma entrevista, Villavicencio revelou que estava enfrentando ameaças por parte de um cartel local. Ele compartilhou sua preocupação durante o programa Vis a Vis, apresentado por Janet Hinostroza, relatando que um membro militante da cidade de Manabí havia sido abordado por emissários do líder do cartel Los Choneros, conhecido como Alias Fito. Esses emissários advertiram o militante de que se Villavicencio não parasse de mencionar os Los Choneros, ele sofreria represálias físicas.

Os Los Choneros são uma organização criminosa do Equador, originada em Manabí, e composta por duas facções criminosas conhecidas como Fatales e Las Águilas. Esses grupos estão envolvidos em atividades ilícitas como extorsão, tráfico de drogas e homicídios.

Apesar das ameaças, Villavicencio afirmou que não interromperia sua campanha eleitoral e expressou sua intenção de apresentar uma denúncia oficial contra essas ameaças. Além disso, ele antecipadamente culpou os Los Choneros por qualquer possível ataque que ele, sua família ou sua equipe viessem a sofrer.

Na entrevista, Villavicencio também mencionou que estava minimamente amparado pela proteção oficial do Estado, mas rejeitou o uso de coletes à prova de balas.

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