Durante uma reunião da COP 29 em Baku, a deputada estadual Livia Duarte (PSOL) fez críticas ao governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), em relação à proposta de substituir aulas presenciais no Sistema Modular de Ensino (SOME) por educação a distância (EAD). Segundo a deputada, a medida, anunciada pela Secretaria de Educação do Estado (Seduc), ameaça a qualidade da educação no campo, afetando mais de 500 comunidades na região do Baixo Tocantins.
Livia destacou que a educação presencial no campo é essencial para comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas, reforçando a necessidade de diálogo para preservar o direito à educação de qualidade. “Quinhentas e cinquenta comunidades não podem ficar sem educação presencial. A COP para nós tem um sentido muito maior do que ser um evento que vai durar 15 dias. Nós temos grandes expectativas de que o mundo nos ajude”, afirmou.
Lívia também criticou a falta de alinhamento entre o discurso ambiental do governo estadual na COP e as ações locais. Para a deputada, proteger a Amazônia inclui garantir direitos às comunidades tradicionais, o que, segundo ela, não é compatível com medidas que enfraquecem políticas públicas essenciais, como a educação.
A equipe do Estado do Pará Online (EPOL) entrou em contato com a SEDUC e o Governo Estadual, porém, até o momento desta publicação, não obteve resposta. O espaço segue aberto para o diálogo.
Mudança na relação pós-eleição
Lívia Duarte foi eleita vereadora de Belém em 2000 e em 2022 foi eleita deputada estadual, todas as vezes pelo PSOL, que naquele momento vivia uma lua de mel com o governador Helder Barbalho, o qual apoio a vitória do atual prefeito Edmilson Rodrigues, do mesmo partido da deputada.
Ao ser emposada deputada, Livia Duarte que sempre fez discursos acaladoros contra todos os governos e partidos que não fossem o seu, foi indicada pelo presidente da ALEPA, Chicão (MDB) para representar a oposição, no dia da sessão inaugural dos trabalhos daquela legislatura. A indicação de Lívia para representar a opósição naquele dia foi contestada pelo líder do PL, o deputado estadual Rogério Barra, que mesmo com o protesto, teve que aceitar o Regimento da casa, o qual garante à mesa diretora a escolha de quem fala em nome da base do governo e da oposição.
Para surpresa de quase todos os presentes, Lívia rasgou elogios ao governador, como nunca nenhum outro deputado havia feito na história da ALEPA, o que ecoou pelos corredores da casa legislativa como uma demostração de gratidão e cumplicidade do PSOL para com Helder, um dos prinicipais responsáveis pela vitória de Edmilson Rodrigues, nas eleições de 2020 e agora apontado como o mentor da derrota do prefeito para seu primo, o prefeito eleito, Igor Normando (MDB).
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