A comunidade da Vila da Barca, em Belém, está enfrentando um conflito com a empresa Arapari Navegação, que bloqueou uma das principais ruas da região, desrespeitando o direito de circulação dos moradores. A empresa, que possui dois terrenos abandonados há mais de uma década no local, decidiu interditar a passagem praiana que dá acesso às casas e às palafitas, gerando grande insatisfação entre os residentes.
Conflito na Vila da Barca: moradores enfrentam bloqueio de ruas por empresa de navegação pic.twitter.com/axDaE1iwHj
— Portal Estado do Pará Online (@Estadopaonline) October 16, 2024
A tensão aumentou nesta terça-feira (15), quando a Arapari colocou tanques de combustível para fechar a via entre os terrenos que a empresa controla, afetando diretamente o cotidiano dos moradores. A rua bloqueada é fundamental para o tráfego da comunidade, e a ação foi considerada abusiva pelos residentes, que desde então vêm protestando contra a medida.
Uma reunião feita na manhã de hoje (16), foi marcada para às 8h30, na sede da associação de moradores da Vila da Barca, localizada na Rua Professor Nelson Ribeiro, ao lado da UBS da vila. Na ocasião estiveram presente representantes dos moradores da Vila e também outras autoridades para tentar solucionar o problema.
Em entrevista, um morador da Vila da Barca relatou os acontecimentos após a reunião:
“Amigo, o que aconteceu é o seguinte: a empresa Arapari fechou a rua, uma das principais da Vila da Barca, dizendo que o secretário de habitação tinha feito um documento reconhecendo que eles fecharam a rua. E hoje o secretário de habitação veio aqui à Vila da Barca e disse que ele não autorizou o fechamento da rua. Ele só assinou um documento reconhecendo o documento que a Arapari fez, mas não autorizou o fechamento. Ele se reuniu com a comunidade e disse que vai consultar o jurídico dele pela liberação da rua.”
A situação vem gerando grande mobilização dos moradores, que impedem o acesso de caminhões ao local e continuam protestando em frente à área bloqueada. A empresa Arapari alega que o fechamento foi legalizado por um documento emitido pela Secretaria de Habitação, mas o próprio secretário esteve no local nesta terça e negou ter autorizado a interdição da rua. Segundo ele, sua assinatura apenas reconheceu um documento feito pela Arapari, mas não representava permissão para o bloqueio.
Até o momento, a Arapari Navegação não se manifestou oficialmente sobre o bloqueio da rua. Moradores temem que a ação seja parte de uma tentativa de controlar o acesso à área em nome de futuros projetos, enquanto a comunidade busca garantir seus direitos de circulação e moradia.
O conflito está em andamento, e novos desdobramentos são aguardados após a reunião de amanhã.
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