O ambientalista Zé Carlos criticou a recente sanção da Lei nº 15.129/2025 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que oficializa a mudança do nome da tradicional “castanha-do-Pará” para “castanha-do-Brasil” e confere ao município de Sena Madureira, no Acre, o título de Capital Nacional da Castanha-do-Brasil. Segundo ele, a medida representa a perda de dois importantes títulos para o estado do Pará.
“Não foi o presidente Lula que fez o Pará perder esses títulos. Ele apenas sancionou uma lei aprovada pelo Congresso Nacional, e não houve qualquer reação da bancada paraense. Não havia base jurídica para veto, já que a lei não é inconstitucional”, afirmou o ambientalista.
Zé Carlos também apontou que o desmatamento em larga escala no Pará, impulsionado por fazendeiros e produtores rurais, é o verdadeiro responsável pela perda do protagonismo na produção da castanha. “Quem desmatou as áreas de castanheiras para plantar boi foram justamente os que hoje criticam a sanção da lei. Muitos dos que se manifestam nas redes sociais são filhos de fazendeiros que enriqueceram derrubando a floresta”, disparou.
Segundo ele, municípios como Marabá deixaram de produzir castanha devido à derrubada em massa das castanheiras. Atualmente, apenas regiões como Oriximiná e Alenquer mantêm produção significativa no estado. Com isso, o Pará deixou de ser o maior produtor nacional do fruto, sendo superado por estados como o Acre e o Amapá.
A nova legislação, sancionada e publicada no Diário Oficial da União no dia 29 de abril, reacendeu o debate sobre os impactos do desmatamento na chamada bioeconomia da Amazônia e a omissão política frente à perda de identidade regional.
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