A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (3) que deixou o Brasil e deve pedir licença do cargo parlamentar. Em entrevista à Rádio Auri Verde Brasil, Zambelli afirmou que está na Europa há alguns dias, onde inicialmente buscava tratamento médico, e que pretende permanecer fora do país por tempo indeterminado.
“Queria anunciar que estou fora do Brasil já faz alguns dias, eu vim a princípio buscando tratamento médico que eu já fazia aqui e agora eu vou pedir para que eu possa me afastar do cargo”, declarou.
A decisão ocorre semanas após a deputada ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Primeira Turma do STF impôs a Zambelli uma pena de 10 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, perda do mandato — que depende de confirmação da Câmara dos Deputados —, inelegibilidade e o pagamento de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
Durante a entrevista, Carla Zambelli criticou o STF e disse que pretende “levar suas denúncias” às autoridades europeias. “Não é um abandono do país, não é desistir da minha luta. Muito pelo contrário: é resistir. É poder continuar falando o que quero falar. É voltar a ser a Carla que eu era antes das amarras que essa ditadura nos impôs”, declarou.
Segundo ela, o destino escolhido é a Itália, país do qual possui cidadania. Por esse motivo, a parlamentar afirma que não poderá ser deportada de volta ao Brasil.
Além da condenação recente, Zambelli é ré em outro inquérito no STF, por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. O caso envolve um episódio de outubro de 2022, quando ela foi flagrada perseguindo um homem armada, em uma rua da zona nobre de São Paulo. O julgamento foi interrompido em março deste ano após pedido de vista do ministro Nunes Marques, o que deve adiar a conclusão do caso para o segundo semestre de 2025.
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