Após 100 anos extintas, ararajubas voltam a colorir o céu de Belém

Vale lembrar que, até pouco tempo, a espécie era considerada por instituições de pesquisa uma ave extinta nos arredores de Belém.

Belém se prepara para receber um presente especial neste sábado (13). Um novo grupo de dez ararajubas (Guaruba guarouba) será solto no Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, em uma ação que simboliza um presente à capital paraense, que comemora seus 408 anos nesta sexta-feira (12).

A iniciativa faz parte do Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas na Região Metropolitana de Belém, conduzido pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com a Fundação Lymington. Em oito anos de trabalho, mais de 50 ararajubas já foram devolvidas aos céus da região.

Antes da soltura, essas aves passam por um treinamento diário com biólogos, médicos veterinários e demais especialistas durante cinco a seis meses. O objetivo desse treinamento é ensiná-las a voar, se alimentar com frutos nativos e a reconhecer possíveis predadores. Dessa forma, elas estarão preparadas para enfrentar os desafios do ambiente natural.

Vale lembrar que, até pouco tempo, a espécie era considerada por instituições de pesquisa uma ave extinta nos arredores de Belém. Mas graças aos vários esforços, estudos e muita dedicação, esse cenário está sendo revertido. Até 2025, a expectativa é que mais de 100 ararajubas sejam reintegradas à natureza.

A ararajuba é uma ave endêmica do bioma amazônico, com maior distribuição em território paraense. Seu nome tem origem tupi-guarani e significa “papagaio amarelo”. Quando jovens, apresentam mesclas de penas esverdeadas em sua coloração dorsal, mas na fase adulta, sua plumagem verde e amarela simboliza as cores da bandeira do Brasil.

Uma das características mais marcantes da espécie é a sua vocalização, emitindo sons altos que ecoam por longas distâncias. Além disso, ela se alimenta de frutos típicos da região amazônica, como açaí, muruci e ajiru. Quando os filhotes nascem, o grupo conta com um “ajudante de ninho” para auxiliar nos cuidados parentais. Cada ninhada possui de 2 a 3 ovos, e a espécie vive em bandos de 7 a 20 indivíduos.

Leia também: