O ensino em tempo integral avança com força na rede estadual do Pará. Em 2025, o número de matrículas nessa modalidade ultrapassou 48 mil estudantes, um crescimento oito vezes maior em relação a 2018, quando cerca de 6 mil alunos eram atendidos. O salto é resultado direto da política educacional do Governo do Estado, que tem investido na ampliação do modelo pedagógico integral como estratégia para fortalecer o ensino público.
Com jornadas de 9 horas diárias (45 horas semanais) ou 7 horas diárias (35 horas semanais), as escolas de tempo integral se tornaram espaços de formação mais ampla, indo além do conteúdo acadêmico tradicional. Atualmente, mais de 160 escolas estaduais ofertam ensino em tempo integral, sendo 49 novas unidades apenas em 2025, segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Além do currículo ampliado, os alunos recebem três refeições diárias — almoço e dois lanches — e participam de atividades que estimulam o desenvolvimento cognitivo, emocional e social. A coordenadora de escolas de tempo integral da Seduc, Gabriela Bonfim, explica que o foco do programa está na construção de projetos de vida e na formação cidadã dos estudantes. “Estudos apontam que os alunos do ensino integral têm melhor desempenho acadêmico, maior probabilidade de ingresso no ensino superior e melhores condições de inserção no mercado de trabalho”, afirma.
A estudante Heloisa Silva, 11 anos, do 6º ano do Ensino Fundamental, diz que a rotina estendida torna a escola mais atrativa. “Tem dias que eu nem vejo a hora passar, aprendendo e me divertindo ao mesmo tempo com meus amigos”, conta. João Miguel Silva, de 12 anos, estudante do 7º ano, destaca a oportunidade de aprofundar o aprendizado. “A gente tem clubes, tutoria, estudos orientados… A escola vira um espaço de crescimento de verdade”, diz.
Projetos pedagógicos com foco em sustentabilidade e empreendedorismo também têm sido destaque. A Escola Estadual Dr. Aníbal Duarte, em Belém, reconstruída e entregue este ano, oferece 100% de ensino integral e desenvolve iniciativas como o “Biojoias da Amazônia”, que incentiva alunos e suas famílias a criar joias com sementes de frutos regionais.
Outras unidades revitalizadas e entregues recentemente pelo Governo do Estado, como a Escola Paulo Maranhão (bairro do Guamá) e a Escola Augusto Meira (São Brás), também já funcionam com o modelo de tempo integral, reforçando o compromisso da gestão com uma educação pública mais inclusiva, moderna e de qualidade.
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