2º turno em Belém e Santarém vira questão de honra para Helder Barbalho

O embate entre o projeto do MDB, representado na candidatura de Hanna em 2026, e a força da oposição unificada liderada por Dr. Daniel Santos promete uma disputa eleitoral acirrada. A batalha política no Pará deve se intensificar nos próximos anos, com um cenário que aponta para uma possível ascensão de novas lideranças no estado que não estejam sob a tutela do MDB.

Helder Barbalho, Éder Mauro, Jk do Povão, Dr Daniel Santos
A disputa do segundo turno em Belém e Santarém dão início à disputa pelo governo do Pará, em 2026.

O cenário político do Pará, que há anos tem o MDB como força dominante, está prestes a se tornar ainda mais competitivo. Com o avanço das eleições municipais, o partido, que governa o estado desde 2018 sob a liderança de Helder Barbalho, celebrou um aumento significativo no número de prefeituras conquistadas. O MDB elegeu 83 prefeitos em 2024, um crescimento de 32% em relação às 63 prefeituras obtidas no pleito de 2020. Jader Filho, ministro das Cidades e presidente estadual do MDB, mostrou otimismo ao projetar a conquista de 100 prefeituras neste ciclo eleitoral. Embora esse número ainda não tenha sido alcançado, o crescimento expressivo fortalece o MDB como o partido mais influente no Pará.

No entanto, mesmo com essa expansão, o MDB enfrenta desafios importantes que podem ameaçar a continuidade de seu domínio. Em três dos cinco maiores municípios do estado, Ananindeua, Marabá e Parauapebas, o partido sofreu derrotas nas urnas. Esses resultados mostram que a força da oposição ainda é relevante em municípios populosos e estratégicos e indicam possíveis pontos de fragilidade para o futuro político do partido.

Um desses desafios mais sérios é a articulação da oposição em torno de um nome forte para as eleições estaduais de 2026. Dr. Daniel Santos, que torna cada vez mais como uma figura conhecida e respeitada no cenário político, surge como a principal aposta de unificação da oposição, que pretende lançar sua candidatura ao governo do estado. Caso essa estratégia se concretize, o MDB enfrentaria uma ameaça real de ruptura na hegemonia construída ao longo dos últimos anos. A popularidade de Helder Barbalho e a continuidade de seu projeto político por meio da candidatura de Hana Ghassan Tuma – sua sucessora já definida alguns meses depois da reeleição do atual governador – seriam colocadas à prova com uma candidatura competitiva como a de Daniel Santos.

O embate entre o projeto do MDB, representado na candidatura de Hanna em 2026, e a força da oposição unificada liderada por Dr. Daniel Santos promete uma disputa eleitoral acirrada. A batalha política no Pará deve se intensificar nos próximos anos, com um cenário que aponta para uma possível ascensão de novas lideranças no estado que não estejam sob a tutela do MDB.

Vale lembrar que se em Belém, o candidato do MDB, Igor Normando lidera as pesquisas sobre o candidato do PL, Éder Mauro, em Santarém, o partido do governador e de seu irmão, o ministro das Cidades, está atrás do candidato do PL, JK do Povão, que lidera as pesquisas realizadas até então. Ainda assim, fontes do governo do estado afirmam que a virada ocorrerá e domingo quem será eleito é o candidato apoiado por Helder.

JK é um vereador que assim como Aurélio Goiano (Avante), eleito prefeito de Parauapebas, se identifica como de direita e bolsonarista, sendo um árduo opositor ao prefeito que está deixando o cargo e indicando José Maria Tapajós como sucessor. O governador do Estado tem feito esforços e levado além do filho mais velho, Jader Filho, diversos secretários estaduais e deputados, em um esforço coletivo para fazer com que seu candidato supere a liderança de JK e consagre a vitória do MDB em Santarém, o que tornou-se uma questão de honra para que mantenha o discurso de que saiu vitorioso deste pleito eleitoral.

Por sua vez, JK do Povão tem usado as redes sociais para dizer que o município de Santarém, além de estar recebendo obras que são realizadas até de madrugada, de domingo a domingo, vem tendo ruas asfaltadas, cestas básicas distribuídas, assim como títulos de terra entregues para comunidades que passaram décadas sem o documento do local de onde vivem.

Hoje, um comício de JK reunirá apoiadores de diversos municípios, sobretudo os principais opositores de Helder Barbalho, que assiste pela primeira vez uma oposição se organizar de forma contundente.

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