Vídeo: Ministério do Meio Ambiente investiga morte de peixes em Santarém

A morte de peixes, jacarés, tartarugas e arraias afeta igarapés e canais que abastecem cerca de 500 famílias em sete comunidades locais.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) está tomando medidas para investigar e mitigar os efeitos da mortandade de peixes registrada na região de várzea do rio Amazonas, em Santarém, no Pará. A situação, que já resultou na perda de toneladas de peixes e outros animais aquáticos, foi agravada pela seca extrema na região, apontada como um dos principais fatores do desastre ambiental.

A morte de peixes, jacarés, tartarugas e arraias afeta igarapés e canais que abastecem cerca de 500 famílias em sete comunidades locais. Pescadores relatam que a mortandade começou em 11 de novembro e já atinge entre 15 e 20 toneladas de peixes. Inicialmente, espécies mais frágeis, como pescada e bacuzinho, foram afetadas, seguidas por espécies de maior valor comercial, como surubim, e, posteriormente, por peixes resistentes, como pirapitinga e pirarucu. Moradores têm se mobilizado para salvar os animais remanescentes, transferindo-os para poças d’água ainda existentes.

Para investigar o fenômeno, o MMA mobilizou um navio de pesquisa do ICMBio, que já está na região para coletar dados biológicos e avaliar os impactos da seca na biodiversidade. O navio também está sendo usado para a entrega de cestas básicas às comunidades isoladas. Além disso, o MMA considera organizar uma expedição com aviões e barcos para aprofundar a análise da situação.

A seca hídrica declarada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no trecho entre Itaituba e Santarém tem causado a redução drástica de igarapés e lagos conectados aos rios Tapajós e Amazonas, comprometendo o transporte, o acesso a serviços e a subsistência das comunidades locais. A crise é agravada por densas camadas de fumaça provocadas por queimadas, um cenário sem precedentes para a região amazônica.

As ações emergenciais visam mitigar os impactos socioambientais, mas a gravidade da situação ressalta os desafios impostos pela combinação de mudanças climáticas, práticas insustentáveis e eventos climáticos extremos na Amazônia.

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