Na manhã desta terça-feira (28), Alessandra Korap, liderança indígena, divulgou um vídeo criticando a atuação da grande mídia na cobertura dos protestos que, há 14 dias, exigem a revogação da Lei 10.820 e a exoneração do secretário de Educação do Pará, Rossieli Soares. O movimento, que reúne povos indígenas, professores e outros profissionais da educação, denuncia que a nova lei compromete a educação no campo, obrigando comunidades a migrarem para áreas urbanas e enfraquecendo os territórios tradicionais.
No vídeo, Alessandra destacou a importância da mídia como ferramenta para amplificar as vozes dos manifestantes, mas criticou os grandes veículos por distorcerem a narrativa das ocupações e apagarem os motivos reais das mobilizações. “Se não fosse a mídia alternativa, estaríamos apagados, esquecidos. Eles [grande mídia] querem mostrar a versão deles, menos a nossa”, afirmou.
Alessandra reforçou a relevância das mídias alternativas e das redes sociais, como o Instagram, que têm ajudado a população a compreender as razões por trás do protesto.
“Usamos a nossa mídia para mostrar o que está acontecendo. As grandes mídias tiveram acesso, mas não mostraram a realidade. A ocupação e os protestos têm um motivo, e nós estamos aqui para resistir e defender nossos direitos”, acrescentou a liderança.
Os protestos, que incluem a ocupação da Secretaria de Educação (Seduc) em Belém e o bloqueio de trechos da BR-163, denunciam o sucateamento da educação pública e a precarização da educação no campo. Os manifestantes também alertam que a lei 10.820 representa um ataque às populações tradicionais, que já enfrentam desafios como a perda de seus territórios e direitos conquistados.
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