Vídeo: indígenas enfrentam tensão após abordagem policial em Belém

Os indígenas vieram à Belém para um manifesto em prol da educação escolar indígena, devido às dificuldades persistentes na resolução de problemas antigos relacionados à educação nas comunidades.

Na manhã de hoje (3), um grupo de indígenas partiu de suas aldeias, localizadas na Terra Indígena Alto Rio Guamá, no município de Santa Luzia do Pará, com destino a Belém. A viagem, que durou cerca de oito horas, teve início por volta das 2h da madrugada e a chegada à cidade ocorreu entre 9h e 10h.


Os indígenas vieram à Belém para um manifesto em prol da educação escolar indígena, devido às dificuldades persistentes na resolução de problemas antigos relacionados à educação nas comunidades.

Confira:

O grupo relata que, ao se aproximarem da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC), avistaram uma grande quantidade de policiais, o que gerou preocupação e a impressão de intimidação. Diante da situação, decidiram não desembarcar e seguiram diretamente para a Casa de Apoio à Saúde Indígena (CASAI) em Icoarací.

Na CASAI, onde funciona um ambiente de apoio destinado exclusivamente a indígenas, houve ainda mais preocupação, pois os policiais foram até o local, que, segundo relatos, abriga doentes e pessoas em tratamento de saúde. A presença da Polícia Militar gerou pânico entre os pacientes e o grupo de apoio. Uma das indígenas relatou que a situação causou grande apreensão e que os membros do movimento se sentiram ameaçados e coagidos.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Kamiran Tembé, uma liderança da aldeia, expressou o sentimento de desrespeito e a sensação de serem tratados como bandidos devido à abordagem policial.

Mahira Calandrini, indígena da aldeia, relatou: “É um manifesto pacífico em prol da educação escolar indígena onde estamos tendo muitas dificuldades em solucionar problemas antigos. Foi desnecessária essa ação da Polícia Militar. Estamos aqui pedindo forças e sabedoria para os nossos ancestrais para que tudo ocorra bem e o estado cumpra o seu papel.”

Até o momento, solicitamos um posicionamento da Polícia Militar sobre o ocorrido, mas ainda não recebemos uma resposta oficial.

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