Um grave derramamento de óleo foi denunciado por moradores ribeirinhos do Distrito de Outeiro, em Belém, na última terça-feira (22). Segundo as denúncias, o vazamento teria origem no navio “Forte de São Felipe”, de responsabilidade da empresa Sotave Amazônia Química Mineral S.A. O óleo já se espalha pelas águas próximas à Ilha do Jutuba, causando sérios danos à pesca artesanal e colocando em risco a biodiversidade aquática da região.
A denúncia, inicialmente recebida pelo Portal Ver-o-Fato e posteriormente cedida ao Portal Estado do Pará On-line, evidencia um novo desastre ambiental que atinge em cheio comunidades que dependem da pesca para sobreviver. Para os ribeirinhos, a situação é crítica: além da queda drástica na quantidade de peixes, há risco de contaminação dos estoques, tornando-os impróprios para consumo e afetando diretamente a segurança alimentar e econômica de centenas de famílias.
Ver no Threads
Impactos ambientais e sociais
O vazamento representa ameaça direta à fauna aquática. Substâncias como óleos combustíveis e lubrificantes criam uma película na superfície da água, impedindo a passagem de luz solar e reduzindo a oxigenação — essenciais à vida de organismos como o fitoplâncton, base da cadeia alimentar aquática. Os efeitos ecológicos incluem:
- Intoxicação e morte de peixes e crustáceos, além da contaminação dos que sobrevivem;
- Destruição de habitats sensíveis, como manguezais, com óleo retido em raízes e sedimentos por décadas;
- Redução da biodiversidade, com desequilíbrio ecológico e desaparecimento de espécies;
- Prejuízos ao turismo e ao comércio de pescado, agravando a vulnerabilidade social das comunidades afetadas.
A Ilha do Jutuba, já atingida pelo óleo, é considerada uma área frágil e estratégica para a reprodução de diversas espécies. Especialistas alertam que a recuperação ambiental pode levar anos, exigindo ações emergenciais de contenção e mitigação dos danos.
Pedido de providências
Moradores e ambientalistas cobram medidas urgentes das autoridades ambientais e exigem responsabilização da empresa operadora do navio. O caso deve ser encaminhado ao Ministério Público Federal e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que podem abrir investigação formal sobre o incidente.
Enquanto isso, a comunidade de Outeiro lida com os efeitos imediatos da contaminação, com pescadores impedidos de trabalhar e incertezas quanto ao futuro da atividade que sustenta a região há gerações.
Leia também:
Deixe um comentário