A primeira sessão ordinária da Câmara Municipal de Ananindeua, após o fim da janela partidária – onde ficou definido o lugar de cada um no cenário político-eleitoral para as eleições de outubro – foi marcada por discursos contundentes pró e contra o prefeito Dr Daniel Santos (PSB). Um dos que provocou mais polêmica foi o vereador Coronel Osmar (MDB), que atuou como secretário de saneamento do município na atual gestão.
Osmar disse que a bancada do MDB fez de tudo para evitar o racha entre o governador Helder Barbalho e o prefeito Dr. Daniel, dizendo que este último sempre recebeu o apoio do partido tanto quando deputado estadual, como prefeito e que agora quer saber como a prefeitura irá quitar os empréstimos contraídos que somam cerca de R$ 600 milhões.
Os demais vereadores da base aliada do prefeito reagiram. Zezinho Lima (PL) disse: “Lugar de doido é no hospício e não na prefeitura de Ananindeua”, em uma clara alusão ao anúncio da troca de domicílio eleitoral do deputado federal Antônio Doido (MDB) e a hipótese dele ser o candidato do governador a prefeito do município.
Zezinho também citou que veículos de comunicação da família barbalho e demais da imprensa sob controle do governador começaram a visitar obras de reformas que estão para serem entregues em Ananindeua, mas não mostram a “porra do BRT, que há seis anos não vai pra frente e nem pra trás”. E continuou: “ele não mostra o estádio de futebol (municipal) – que ele deixou aqui quando era prefeito, referindo-se a Helder Barbalho como “governadorzinho”, lembrando que ele foi vereador de Ananindeua e hoje fica falando mal do município.
Já o presidente da Câmara Municipal de Ananindeua, Rui Begot (Solidariedade) mandou recado direto para o Coronel Osmar e demais que estão atacando a gestão, dizendo que não se pode cuspir no prato em que se comeu, muito menos depois de passar pela gestão com cargo no primeiro escalão, em referência ao qual Osmar ocupou na SESAN – Secretaria Municipal de Saneamento, uma das que mais recursos movimentou neste governo, repleto de obras que elevaram o município a outro patamar, disse Begot.
Osmar passou a discutir com vários vereadores e interromper o momento de suas falas e foi repreendido diversas vezes pelo presidente da sessão, o vereador Diego Alves (PSDB) que também é vice-presidente da CMA.
O clima de rivalidade saiu do debate político e chegou à ofensas pessoais levantadas por um grupo de apoiadores supostamente levados pelo vereador Coronel. O grupo que estava na plenária da Câmara passou a gritar ofensas contra o Diego. Osmar chegou a dizer que conhece o pai de Diego e falou que tem áudios do pai do colega vereador, dizendo que pode trazer “a briga para a mesa e que não tem medo de averiguar tudo que tiver de errado, concluindo que a briga é do comando e não dos vereadores”.
Diego disse que os áudios que Osmar tem do pai dele, não são maiores que as pilhas de documentos que ele tem de Osmar, do tempo em que ele foi titular da SESAN e arrebatou: “quem tem garganta fala o que quer. Se formos passar para esse jogo, lhe garanto que você responde muito mais do que eu”, concluiu o presidente sessão que disse que não iria tirar a “meia dúzia que (Osmar) trouxe para gritar. É horrível para ele mesmo”, finalizou.
Outros vereadores também reagiram às duas falas de Osmar durante a sessão, que foi o único vereador que se dispôs a criticar a gestão municipal, a qual ele fez parte e defendia até semana passada. “Vá falar nas comunidades que o Dr. Daniel não fez nada. Se eu tiver que morrer eu levo um comigo. Vossa execelência tem muito mais a perder, do que eu”, disse o vereador Dedê (PL), que acrescentou que “se o governador quissesse ajudar, iria entra para aumentar a orla de Ananindeua, mas não fez nada. O Dr. Daniel não queria essa briga, mas ninguém tem que ser submisso a ninguém”.
A sessão desta segunda está disponível no Facebook.
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