Vereadora questiona transparência na revisão do Plano Diretor de Belém

Alegações de influência política e denúncias sobre vereadores ampliam debate sobre mudanças urbanísticas na capital paraense.

Divulgação

A vereadora Ágatha Barra (PL), sobrinha de Éder Mauro (PL), levantou questionamentos sobre a transparência na revisão do Plano Diretor de Belém, sugerindo que interesses privados possam estar influenciando as decisões urbanísticas da cidade. Segundo a parlamentar, há indícios de lobby do setor imobiliário para viabilizar construções em áreas valorizadas da capital paraense.

Em pronunciamento, Ágatha Barra afirmou que “a atualização do Plano Diretor não pode ser usada como moeda de troca para atender interesses particulares” e cobrou um posicionamento do prefeito Igor Normando (MDB) sobre a questão.

O Plano Diretor, vigente desde 2018, impõe restrições para construção de edifícios altos em regiões específicas, como a Avenida Pedro Álvares Cabral, e a revisão prevista tem gerado preocupação entre urbanistas e setores da sociedade civil.

Origem dos questionamentos

A discussão ocorre em meio às recentes denúncias publicadas pelo portal QB News, que apontam uma suposta distribuição irregular de carros elétricos BYD entre vereadores de Belém. O caso envolve supostos descontos especiais e o uso de “laranjas” para registrar os veículos.

Entre os envolvidos, destaca-se o vereador Augusto Santos (Republicanos), cujo assessor parlamentar aparece como dono de um carro avaliado em mais de R$ 200 mil, apesar de receber um salário mensal de aproximadamente R$ 3 mil. O QB News também relatou um incidente envolvendo Marcos Xavier (Republicanos), que teria intimidado uma equipe de reportagem ao apagar gravações dentro de seu gabinete.

A apuração sugere um possível elo entre o caso dos veículos e a revisão do Plano Diretor, citando o nome da empresária Beta Mutran, ligada ao setor imobiliário e à concessionária BYD em Belém. A suspeita é de que os carros possam ter sido utilizados como “agrado” para garantir apoio político às alterações na legislação urbanística.

Posicionamento da Câmara Municipal de Belém

Diante das acusações, a Câmara Municipal de Belém divulgou nota de repúdio, negando qualquer envolvimento do presidente da Casa, vereador John Wayne (MDB), com a distribuição dos carros e classificando as denúncias como “inverídicas”.

A instituição destacou ainda sua classificação no Programa Nacional de Transparência Pública e afirmou que eventuais informações falsas podem resultar em responsabilizações legais. Apesar da resposta da Câmara, o portal QB News segue mantendo suas publicações e informou que encaminhará as denúncias ao Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). O portal Estado do Pará Online (EPOL) segue acompanhando o caso de maneira imparcial.

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