A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos promete repercutir não só na economia americana, mas também nas relações entre o Pará e o país norte-americano. A relação entre Trump e o atual presidente brasileiro, Lula, já foi marcada por desentendimentos, enquanto o ex-presidente Bolsonaro é abertamente um admirador de Trump. Esse histórico pode criar tensões adicionais, afetando temas econômicos e políticos cruciais para o Brasil e para o nosso estado.
Relações do Pará com os EUA no Primeiro Mandato de Trump
Durante o primeiro mandato de Trump, o Pará, sob a liderança do governador Helder Barbalho, teve grande destaque em iniciativas de preservação ambiental e turismo. Em 2019, Helder foi o único governador brasileiro a participar da Conferência Internacional sobre a Amazônia na Universidade de Princeton, uma oportunidade importante para posicionar o estado em discussões globais sobre sustentabilidade.
No setor de turismo, o Pará participou de eventos internacionais em 2020, buscando consolidar parcerias com o mercado americano. Um dos frutos dessa estratégia foi a inauguração da rota aérea Belém-Fort Lauderdale, um acordo entre o Governo do Pará e a Azul Linhas Aéreas, viabilizado pela Secretaria de Estado de Turismo, conectando diretamente o estado aos Estados Unidos.
Dólar em Alta e o Custo de Vida no Pará
Com políticas protecionistas e uma postura voltada ao aumento de tarifas comerciais, Trump tende a fazer o dólar subir, elevando o custo de produtos importados para os paraenses, como eletrônicos e eletrodomésticos. Esse encarecimento impacta diretamente o bolso da população e o custo de insumos e produtos essenciais no dia a dia do estado.
Impacto nos Produtos Importados
Além de eletrônicos, outros produtos importados, incluindo insumos para a indústria e itens de consumo diário, podem ter preços elevados caso o dólar se valorize ainda mais sob o governo Trump. A economia local do Pará, que depende de diversos produtos e equipamentos importados, sentirá os impactos em seu custo de operação e em seu poder de compra.
Comércio e Exportações Paraenses
O Pará, um importante exportador de petróleo bruto, também está entre os beneficiários da relação comercial bilateral dos dois países. Mudanças nas tarifas comerciais, especialmente sobre produtos de energia, podem impactar diretamente o estado, limitando o espaço de atuação da indústria de petróleo e gás paraense e afetando suas receitas e competitividade.
Petróleo e Gás: Setor Estratégico para o Pará
O Pará desempenha um papel fundamental na exportação de petróleo bruto para os EUA. Qualquer alteração nas tarifas ou nas relações comerciais bilaterais pode impactar essa indústria crucial para a economia paraense, gerando incertezas para o setor e seus investidores.
Preocupações com a Bioeconomia e o Clima
No governo Joe Biden, o Pará avançou em projetos ambientais, como o “Bioeconomia Pé no Chão”, uma parceria com a Universidade de Nova York (NYU), que visa o desenvolvimento sustentável e a conservação da Amazônia. Uma nova gestão de Trump, com políticas contrárias à pauta climática, pode prejudicar esses avanços e limitar futuras colaborações internacionais que favorecem a preservação da Amazônia.
COP 30 Desfalcada?
Com um histórico de medidas anticlimáticas, Trump pode ser um obstáculo para a participação do Pará e do Brasil em acordos e compromissos globais, como a COP 30. Sua postura pode dificultar a obtenção de investimentos essenciais para a sustentabilidade da Amazônia e a promoção da bioeconomia no estado, temas essenciais para o futuro da região e para o equilíbrio climático global.
Com a possibilidade da reeleição de Trump, o Pará pode enfrentar grandes desafios, tanto no campo econômico quanto no ambiental. A população e o governo do estado devem acompanhar de perto os desdobramentos dessa eleição, que promete influenciar o cenário paraense de várias maneiras.
Leia também:
Deixe um comentário