Tambaqui lidera produção aquícola no Pará que triplica em dez anos

Além do tambaqui, outras espécies relevantes na produção foram o tambacu/tambatinga (4,2 mil toneladas), tilápia (0,9 mil/T), matrinxã (0,5 mil/T), pirapitinga, piau, pintado, jatuarana, camarão e pirarucu.

Foto divulgação

O tambaqui desponta como o rei das águas paraenses. Em 2023, a espécie representou 56,8% da produção de pescado em cativeiro no estado, com impressionantes 9,3 mil toneladas cultivadas. O crescimento, de 15,7% em relação a 2022, consolida o peixe como o principal motor da aquicultura no Pará, que triplicou sua produção nos últimos dez anos.

Os dados integram o “Boletim da Agropecuária 2024”, divulgado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), que traz um panorama inédito sobre a pesca e a aquicultura no estado. O estudo visa preencher uma lacuna importante de informações, agravada pela suspensão dos dados oficiais sobre pesca extrativa no país desde 2011, e aponta um cenário promissor para o setor no Pará.

Produção em alta e liderança nacional

Segundo o levantamento, a produção de pescado em cativeiro no estado saltou de 5,1 mil toneladas em 2013 para 16,3 mil toneladas em 2023, com uma taxa média de crescimento anual de 15,7% – superior à média nacional. Com isso, a participação paraense na produção aquícola brasileira passou de 1,1% para 2,1% no período.

Paragominas lidera o ranking estadual com 3,3 mil toneladas produzidas, seguido por Marabá, Conceição do Araguaia, Altamira e Ipixuna do Pará – este último com destaque especial: registrou um crescimento de 100,7% em apenas um ano.

Além do tambaqui, outras espécies relevantes na produção foram o tambacu/tambatinga (4,2 mil toneladas), tilápia (0,9 mil/T), matrinxã (0,5 mil/T), pirapitinga, piau, pintado, jatuarana, camarão e pirarucu. Juntas, essas espécies somam mais de 98% da produção aquícola paraense.

Exportações triplicam em 24 anos

O boletim também mostra que o Pará triplicou suas exportações de pescado entre 2000 e 2023, saltando de 19,6 mil toneladas para 59,8 mil toneladas. Com isso, a participação paraense nas exportações nacionais subiu de 6,6% para 16,1%.

Belém aparece como o maior exportador do estado, respondendo por 63,6% do volume. Outros municípios com destaque foram Augusto Corrêa (17,2%) e Bragança (10,1%). O principal produto exportado foi o grupo de peixes congelados (exceto filés), seguido pelo pargo congelado.

Desenvolvimento sustentável e geração de renda

A cadeia produtiva do pescado no Pará também apresenta crescimento expressivo na economia formal. Em 2023, foram identificados 390 empreendimentos formais ligados à atividade, um aumento de 81,4% em relação a 2006. O comércio lidera o setor com 65% dos negócios, seguido pela agropecuária (23%) e pela indústria (12%).

Belém concentra 35,4% desses empreendimentos, seguido por municípios como Bragança, Vigia, Santarém e Ananindeua.

“O Pará tem um enorme potencial, tanto para a pesca como para a aquicultura. Esse estudo mostra que estamos desenvolvendo esse potencial cada vez mais, com ações de incentivo à produção e fomento à pesquisa”, avalia o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.

Já o diretor responsável pelo estudo, Márcio Ponte, destaca que a produção aquícola gera emprego, renda e ocupação sem agredir o meio ambiente, dialogando com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU – especialmente o ODS 14: Vida Debaixo d’Água.

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