STJ barra decisão do TJE e determina que Pronto Socorro de Ananindeua seja reaberto

Os interesses da população que precisa de serviços do novo Pronto Socorro de Ananindeua foram considerados pelo Superior Tribunal de Justiça, onde prevaleceu o bom senso contra a retaliação política de aliados do governador Helder Barbalho.

Uma reviravolta acaba de tomar conta do cenário político em Ananindeua. A decisão do Tribunal de Justiça do Pará que determinou o fechamento do Pronto Socorro de Ananindeua foi barrada pelo Superior Tribunal de Justiça.

A decisão atinge em cheio os interesses da família Sefer, políticos e empresários aliados do governador Helder Barbalho (MDB) e que buscava impedir a continuidade do atendimento médico do hospital, que foi desapropriado e está com pagamento discutido judicialmente.

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Na decisão judicial expedida nesta tarde, o vice-presidente do STJ em exercício, Ministro Og Fernandes decretou:

Nos termos do art. 4º da Lei n. 8.437/92, “compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso, suspender, em despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas”.

A Constituição Federal estabelece em seu art. 196 que a saúde é tanto um direito de todos, como um dever do Estado, e no caso, o hospital municipal já está em funcionamento e atendendo à demanda da população por acesso à saúde.

O cumprimento da decisão que deferiu a antecipação dos efeitos da tutela acarretará risco de grave lesão à ordem e à saúde públicas, pois ensejaria a devolução de equipamentos já integrados ao Hospital da Universidade Estadual de Montes Claros/MG, que, por ser o único estabelecimento
que atende exclusivamente ao Sistema Único de Saúde – SUS, presta relevantes serviços públicos à população de município e da região.

Logo, a interrupção do funcionamento do hospital para respaldar o interesse patrimonial do particular caracteriza grave lesão à saúde pública, o que impõe o deferimento da medida de contracautela pleiteada pelo ente público municipal.

A decisão judicial veio ao encontro do desejo da população de Ananindeua, onde na manhã desta segunda-feira (08) ocorreu uma manifestação em frente ao Pronto Socorro, onde os presentes expuseram faixas e cartazes pedindo que o hospital fosse reaberto e cobraram respeito por parte do governador Helder Barbalho (MDB), apontado como o principal responsável pela articulação política contra a gestão do prefeito Dr Daniel Santos (PSB), que deixou o MDB recentemente e depois disso vem tendo que enfrentar uma série de retaliações.

A PM foi enviada para a local, mas a manifestação popular foi pacífica e ordeira e só reinvindicava a manutenção do primeiro pronto socorro municipal entregue pela Prefeitura de Ananindeua depois de 80 anos após o município ter sido fundado.

O prefeito de Ananindeua gravou um vídeo para suas redes sociais agradecendo o apoio que teve contra o boicote e os ataques que vem sofrendo:

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