Sete funerárias são interditadas em Belém por descarte ilegal de sangue e fluídos corporais - Estado do Pará Online

Sete funerárias são interditadas em Belém por descarte ilegal de sangue e fluídos corporais

Operação “Lava Corpos” flagrou práticas clandestinas e condições sanitárias precárias em estabelecimentos da capital paraense.

A Polícia Civil do Pará interditou sete funerárias em Belém após constatar o descarte irregular de sangue, fluídos corporais e produtos químicos diretamente em vias públicas. A operação, batizada de “Lava Corpos”, foi realizada na quarta-feira (2) e divulgada nesta quinta-feira (3). Os responsáveis pelos estabelecimentos foram autuados por crimes ambientais e por colocar em risco a saúde pública.

Durante a ação, oito funerárias localizadas em diferentes bairros da capital foram inspecionadas. Segundo a investigação, sete delas não possuíam licenças ambientais ou sanitárias e realizavam o preparo de cadáveres em condições impróprias, sem o mínimo de higiene exigido para esse tipo de atividade.

De acordo com a PC, os resíduos do processo de embalsamamento — incluindo formol, sangue e fluídos corporais — estavam sendo jogados diretamente em bueiros, calçadas e até em áreas residenciais, sem qualquer tratamento. Os estabelecimentos atuavam clandestinamente há meses, segundo apontam as investigações.

“Estamos diante de um quadro alarmante de poluição e risco sanitário. Fluídos de cadáveres, sangue e substâncias químicas eram despejados nas ruas, expondo a população a doenças e contaminando o ambiente urbano. Essa prática é criminosa e absolutamente incompatível com a dignidade do serviço funerário”, afirmou o delegado Edson Azevedo, diretor do Departamento de Material e Patrimônio (DEMAPA).

Durante a operação, a equipe policial também apreendeu documentos e materiais que servirão como provas no inquérito policial. Os proprietários das funerárias serão chamados para prestar depoimento e podem responder por crimes de natureza ambiental, sanitária e penal, com penas que variam de um a cinco anos de prisão, além de multas.

A operação contou com apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belém (Semma) e do Ministério Público Ambiental (MPA).

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