Após cerca de nove horas de sessão, o Tribunal do Júri de Marabá condenou, nesta quinta-feira (4), Sara Nunes Ferreira pelo assassinato de Ana Beatriz Saldanha Machado, ocorrido em 7 de janeiro de 2024. A ré foi considerada culpada por homicídio qualificado por motivo fútil, lesão corporal e fraude processual.
A juíza Alessandra Rocha fixou a pena em 13 anos e 18 dias de reclusão pelo homicídio, somados a nove meses de detenção referentes aos outros crimes, totalizando 13 anos, nove meses e 18 dias. Os jurados — seis mulheres e um homem — acataram integralmente a tese do Ministério Público e da assistência de acusação.
Ré alegou desavenças anteriores e disse não ter planejado o crime
Durante o interrogatório, Sara afirmou que a briga começou devido a uma desavença antiga com Ana Beatriz, envolvendo mensagens nas redes sociais. Disse ter ido ao bar apenas para “tirar satisfações” e que havia consumido álcool e cocaína minutos antes do confronto. Ela negou ter planejado o ataque e declarou arrependimento ao final do depoimento.
A defesa, representada pelos advogados Arnaldo Ramos e Diego Souza, pediu que a qualificadora de motivo fútil fosse afastada, argumentando que o crime decorreu de um conflito prévio. A estratégia não foi aceita pelos jurados.
Entenda o caso
O Tribunal do Júri de Marabá condenou, nesta quinta-feira (4), Sara Nunes Ferreira pelo assassinato de Ana Beatriz Saldanha Machado, ocorrido em 7 de janeiro de 2024. A ré foi considerada culpada por homicídio qualificado por motivo fútil, lesão corporal e fraude processual. pic.twitter.com/Cv22AKExJL
— Portal Estado do Pará Online (@Estadopaonline) December 5, 2025
O crime ocorreu na madrugada de 7 de janeiro de 2024, em um bar na Rua Fortunato Simplício Costa, no bairro Novo Horizonte. Após discussões nas redes sociais, Sara foi ao local onde Ana Beatriz estava e iniciou uma briga. Durante o confronto, desferiu quatro golpes de faca no tórax e abdômen da vítima. Ana Beatriz chegou a ser socorrida, mas morreu a caminho do Hospital Municipal de Marabá.
O amigo da vítima, David Gabriel Barros de Souza, também foi ferido ao tentar intervir. A investigação apontou ainda que Sara apagou mensagens e usou aplicativos de limpeza no celular após o crime, o que resultou na acusação de fraude processual.
Sara se apresentou espontaneamente à Polícia Civil pouco depois do ocorrido, levando a arma usada no crime, e está presa desde 9 de janeiro de 2024, no Centro de Triagem Feminino de Marabá.
Atenuantes reduziram a pena
Segundo a juíza, a pena foi reduzida na segunda fase da dosimetria porque Sara era primária e menor de 21 anos na data do crime — atenuantes previstas no artigo 65, inciso I, do Código Penal. Ainda assim, a magistrada manteve o enquadramento por homicídio qualificado.
Acusação apontou intenção e frieza na execução
A promotora Cristine Magella sustentou que Sara saiu de casa armada e agiu com intenção de matar. Ela destacou vídeos e depoimentos que indicariam que a vítima não teve chance de defesa. A acusação também reafirmou a ocorrência de fraude processual e a premeditação do ataque.
Os assistentes de acusação apresentaram ainda um laudo neuropsicológico sobre o perfil da ré e imagens da necropsia para reforçar a gravidade do crime.
Sara permanece presa à disposição da Justiça.
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