São Félix do Xingu tem clima tenso no processo de desintrusão da terra indígena Apyterewa

O clima continua sendo de muita tensão em São Felix do Xingu, no Pará, onde corre o processo de desintrusão da terra indígena Apyterewa. A Força Nacional está no local e cerca de duas mil famílias estão com suas propriedades ameaçadas, além de mais de 100 mil cabeças de gado diante de uma determinação judicial.

A operação se tornou tensa pela resistência de alguns moradores ao serem abordados pelos agentes do governo. Nesta quinta-feira, 26, relatos dão conta de que homens da Força Nacional entraram em conflito com alguns habitantes da região, que se recuaram ao deixarem as moradias.

No último dia 20 de outubro, o Ministério Público Federal (MPF) pediu o afastamento cautelar do prefeito de São Félix do Xingu, no sudeste do Pará, por intervir contra a retirada de invasores na Terra Indígena Apyterewa.

Na liminar solicitada à Justiça, o MPF diz que João Cléber de Souza Torres não vem cumprindo as formalidades legais relacionadas à consulta prévia, à garantia dos interesses dos indígenas e ao devido licenciamento ambiental. 

O MPF aponta ainda que o prefeito está disseminando fake news sobre uma “suposta paralisação da operação”, com o intuito de paralisar a retirada dos invasores.

De acordo com as informações do governo federal, a operação em andamento trata da retirada de “não indígenas que ocupam irregularmente” parte das terras Apyterewa e Trincheira Bacajá, homologada em 1996. E de acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, trabalham na operação a Força Nacional, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal além de agentes da Abin, ANP, Ibama, SECOM, Secretaria-Geral, INCRA, MPI, Censipam, Funai e Ministério do Trabalho e Emprego. Oficiais e técnicos estão distribuídos nas duas bases da Funai localizadas na terra indígena.