Santarém mobiliza população contra queimadas e poluição em “Marcha pelo Clima”

A Marcha pelo Clima se consolida como um marco de resistência e união da sociedade santarena, destacando a urgência de ações efetivas para enfrentar os desafios ambientais que ameaçam a região.

Foto: Paulo Dutra/CENARIUM)

Na próxima segunda-feira (2), as ruas de Santarém (PA) serão palco da Marcha pelo Clima, um movimento organizado por ambientalistas, coletivos sociais e moradores da cidade. A manifestação visa protestar contra o aumento das queimadas e a crescente poluição do ar que vêm afetando a região.

Com concentração marcada para as 17h, em frente ao Centro Regional de Governo do Oeste do Pará, os participantes percorrerão vias centrais da cidade. O objetivo principal é pressionar autoridades municipais, estaduais e federais a adotarem medidas urgentes para combater a crise ambiental e proteger a saúde da população.

Contexto de crise ambiental

A mobilização ocorre em meio a uma grave crise ambiental. Nas últimas semanas, Santarém e municípios vizinhos enfrentaram níveis alarmantes de poluição do ar devido às queimadas. No domingo (24), imagens de uma densa nuvem de fumaça cobrindo a cidade circularam amplamente nas redes sociais, enquanto o Índice de Qualidade do Ar atingiu níveis “péssimos”. A situação já provocou um aumento de problemas respiratórios na população, evidenciando a vulnerabilidade da região diante dos efeitos das mudanças climáticas e da estiagem prolongada.

Frente pelo Clima Santarém

A Marcha pelo Clima é organizada pela Frente pelo Clima Santarém, criada recentemente por iniciativa do coletivo Guardiões do Bem Viver. A articulação reúne mais de 20 movimentos sociais, que se uniram para enfrentar os impactos da crise climática na região.

“A ideia de criar a frente veio como uma provocação nossa, unindo juventudes e diversos movimentos para enfrentar coletivamente esse cenário crítico. Queremos chamar atenção para o que está acontecendo em Santarém e no Tapajós e cobrar ações urgentes dos governantes”, destacou Darlon Neres, integrante do coletivo.

Darlon também ressaltou o papel cultural do ato: “Queremos que a marcha reforce não apenas a denúncia, mas também a valorização da nossa identidade e a proteção do território por meio da arte e da cultura.”

Reivindicações e impacto

Os organizadores enfatizam que o evento é mais que um protesto; é um apelo por políticas públicas efetivas de proteção ambiental e fiscalização para conter o desmatamento e as emissões de gases de efeito estufa. “O momento é crítico. A qualidade do ar é insuportável, e a saúde das pessoas está em risco. Essa marcha representa a unificação das lutas sociais em Santarém e um grito por justiça climática”, reforçou Darlon.

Estado de emergência

Em resposta à crise, o prefeito Nélio Aguiar decretou estado de emergência ambiental na segunda-feira, 25. A medida, que tem validade de 180 dias, busca minimizar os impactos das queimadas na saúde e segurança dos moradores. No último domingo, o índice de poluição do ar no município alcançou um nível 42,8 vezes acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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