A Santa Casa de Misericórdia do Pará iniciou a instalação de caixas coletoras de medicamentos — os chamados “descartômetros” — em áreas de grande circulação dentro do hospital. A medida tem como objetivo combater o descarte inadequado de remédios vencidos ou sem uso, que representa risco tanto ao meio ambiente quanto à saúde pública.
Segundo a farmacêutica clínica da instituição, Haila Vieira, o uso de medicamentos vencidos pode causar reações adversas, alergias e até agravar quadros de saúde. “Os riscos são inúmeros. Além de não fazerem mais efeito, esses produtos podem gerar doenças e intoxicações”, alerta.
O problema, no entanto, vai além do consumo: o descarte incorreto de medicamentos no lixo comum ou na rede de esgoto contamina o solo, a água e representa um grave impacto ambiental. Ainda assim, muitas pessoas desconhecem os riscos. A assistente social Benedita Barroso, por exemplo, admite que já descartou sobras de remédios pela pia. “Não sabia que fazia mal”, contou enquanto aguardava atendimento na Santa Casa.

Com a iniciativa dos descartômetros, a instituição também se adequa às normas da Anvisa (RDC nº 222) e do Conama (Resolução nº 499), como destaca o coordenador de Assistência Farmacêutica da Santa Casa, André Azevedo. “Estamos fortalecendo a gestão ambiental da instituição e cumprindo as diretrizes nacionais sobre resíduos perigosos.”
Além da coleta de medicamentos, o hospital vai lançar em junho uma campanha educativa para informar a população sobre os riscos do descarte incorreto e incentivar práticas mais conscientes. A Santa Casa também prevê a ampliação da iniciativa, com pontos para o descarte de pilhas e baterias.
O enfermeiro Marcos Gomes, gerente de Higienização da instituição, destaca a importância do projeto. “Muita gente anda com remédios vencidos na bolsa ou mantém em casa por anos. O descartômetro é uma ferramenta que une conscientização e cuidado com a saúde pública e ambiental”, avalia.
Para o estudante Matheus Martins, que conheceu o projeto durante uma visita ao hospital, a novidade é bem-vinda. “Eu não sabia que não podia jogar no lixo comum. Agora que tem um lugar certo e sei dos riscos, vou usar sempre que precisar”, disse.
Leia também:
Deixe um comentário